300 delegados de organismos eclesiais que trabalham no campo da justiça e da paz, em mais de 80 países dos cinco continentes, lançaram no Vaticano um alerta contra o terrorismo internacional e o aumento das desigualdades entre ricos e pobres. O apelo foi deixado no II Congresso Mundial destes organismos eclesiais, sobre o tema “40.º aniversário da Populorum Progressio: o desenvolvimento do homem todo e de todos os homens”, que chegou hoje ao fim. Em comunicado, o Conselho Pontifício Justiça e Paz (CPJP) assinala que em cima da mesa esteve o “inenarrável sofrimento das novas guerras fraticidas, a sanguinosa irrupção do terrorismo na cena mundial, o persistente aumento das escandalosas desiguladades entre países ricos e pobres”. Esta realidade, refere a nota oficial, “não deve levar a um sentimento de desespero ou de impotência paralisante”, considerando que o nosso tempo “oferece também oportunidades únicas e muito promissores para o desenvolvimento integral e solidário da humanidade”. O presidente do CPJP, Cardeal Renato Martino, afirmou que a globalização não deve ser “demonizada”, dado que a mesma pode representar uma grande oportunidade desde que leve “à solidariedade global e à justiça social na perspectiva do bem comum universal da única família dos povos”. O economista congolês Mati Mulumba, trouxe ao Congresso a “trágica realidade” africana: na região subsaariana, há 40 milhões de crianças que não vão à escola: 250 mil mulheres morrem todos os anos por complicações ligadas à gravides; um milhão de pessoas morrem por causa da malária; dois milhões são vítimas da Sida. Para o Cardeal Martino, é animador que a medicina pareça hoje em situação de “enfrentar os problemas das doenças endémicas e das pandemias”. Aos participantes, este responsável da Cúria Romana ressaltou que “o desenvolvimento é, antes de tudo, um problema moral”.