Ordinariato Castrense: Bispo destaca dimensões «eclesial, ética, e antropológica» da visita dos símbolos da JMJ

D. Rui Valério diz que é um «privilégio» receber peregrinação dos símbolos neste mês de dezembro

Foto: Ricardo Perna/JMJ Lisboa 2023

Amadora, 13 dez 2022 (Ecclesia) – O bispo da Diocese das Forças Armadas e de Segurança de Portugal disse ser um “privilégio” de receber em dezembro a peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), falando numa iniciativa com várias dimensões.

“Os símbolos para nós têm uma dimensão eclesial, comunitária, de Igreja, têm uma dimensão ética, e, finalmente, têm uma dimensão antropológica, sobretudo porque é um reencontrar de cada um com o ideal que aqueles símbolos retratam”, referiu D. Rui Valério, em entrevista à Agência ECCLESIA, na Academia Militar na Amadora.

A cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora ‘Salus Populi Romani’, os dois símbolos da JMJ, estão em peregrinação pela Diocese das Forças Armadas e de Segurança, durante este mês de dezembro, desde o dia 2, e têm sido acompanhados pelo bispo do Ordinariato Castrense.

D. Rui Valério destacou sobre a “dimensão profundamente eclesial” que a passagem dos símbolos sintoniza-os “com uma comunhão que é transversal a toda a sociedade portuguesa, concretamente a toda a Igreja de Portugal”, e, neste sentido, os jovens desta diocese “também caminham ao encontro de Jesus Cristo, com Jesus Cristo e com Maria, também têm uma realização da sua santidade”.

Na segunda dimensão, salientou que estão a “dar muita importância ao caráter ético que os símbolos representam e retratam”, quando olham para a cruz e para o ícone de Nossa Senhora começam por “encontrar uma referência à universalidade, ao mundo inteiro, e a uma fraternidade”.

“A cruz para nós recorda-nos o valor da doação de vida, derramar o sangue se necessário seja, é o juramento de um militar e de um elemento das Forças de Segurança. A história das Forças Armadas, de todos os tempos, até aos dias de hoje, tem sido muito frutuosa em dar exemplos dessa disponibilidade de militares e elementos das Forças de Segurança darem-se a si próprios para salvar os outros”, desenvolveu o entrevistado na emissão de hoje do Programa ECCLESIA (RTP2).

D. Rui Valério considerou “curioso” que quando os militares contemplam o ícone de Nossa Senhora começam por “reencontrar uma referência à família”, que é um “elemento precioso” que está com o militar e com o elemento da Força de Segurança, “é o seu sustento”, uma família no sentido mais universal do termo.

O bispo do Ordinariato Castrense lembrou que, nesta diocese, têm Nossa Senhora “no seu ideário, na sua estruturação, um carinho especial”, e exemplificou: Nossa Senhora do Mar, “muito querida para quem é da Marinha” e Nossa Senhora do Ar para a Força Aérea, a Imaculada Conceição está “muito viva, presente”, no Exército, enquanto Nossa Senhora do Carmo é a padroeira da GNR e Nossa Senhora de Fátima “tem um lugar especial no coração” da PSP.

No contexto da JMJ Lisboa 2023, que se realiza de 1 a 6 de agosto do próximo ano, a Diocese das Forças Armadas e de Segurança de Portugal vai acolher a 2 de agosto de 2023 “um encontro com jovens de todas as nações” do Ordinariato Castrense, num local único na capital portuguesa e esperam oito mil participantes.

Do programa, o responsável católico adiantou três momentos, a apresentação de cada nação, depois conferências que “vão desenvolver fundamentalmente o tema da ‘paz integral’, que é uma particularidade das Forças Armadas de Portugal”, e uma ‘Via Lucis’, com os grupos linguísticos a dinamizar cada estação.

Até 29 de dezembro, o dia em que a Diocese das Forças Armadas e de Segurança vai entregar cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani à Diocese de Viana do Castelo, os dois símbolos visitam os três ramos das Forças Armadas – Força Aérea, Exército e Marinha – e os dois ramos das Forças de Segurança, GNR e PSP.

LS/CB/OC

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