D. Rui Valério destacou características do olhar, da proximidade e o «propósito de salvar Portugal da derrocada moral, do afundamento ético»
Lisboa, 16 jan 2023 (Ecclesia) – O bispo das Forças Armadas e de Segurança afirmou este domingo que, quem serve na Força Aérea, “deve ser construtor de humanidade e de civilização”.
“Quem serve na Força Aérea deve ser construtor de humanidade e de civilização. É urgente que a nossa fé nos valores e na ética, a nossa mística de abnegação e serviço envolvam a nossa sociedade”, disse D. Rui Valério, na homilia da Festa de Nossa Senhora do Ar, padroeira da instituição.
Na igreja da Força Aérea, em São Domingos de Benfica, em Lisboa, o bispo das Forças Armadas e de Segurança alertou para a “dramática crise” que se vive hoje, “que revela o quanto o niilismo roubou ao ser humano”, e, a partir das leituras da celebração, explicou que “servir” é a palavra que “une o profeta Isaías, Nossa Senhora do Ar e a Força Aérea”.
“Tal como o Profeta é desafiado a transformar a sua fé, o seu serviço a Deus, em serviço à humanidade, assim na atualidade todo o Militar é chamado a encarnar na história e na sociedade o manancial de valores que norteiam as Forças Armadas, e concretamente, a Força Aérea Portuguesa. Tal como ao Profeta não é consentido ficar fechado na bolha da sua relação com Deus, mas deve ser uma luz para as nações”, desenvolveu, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
D. Rui Valério destacou que às Forças Armadas “incumbe a enorme responsabilidade de defender a Pátria”, que é a promoção da dignidade das pessoas, a defesa intransigente do respeito pela sua vida e pela sua identidade”, na “assimilada consciência civilizacional que caracteriza o contexto geográfico, cultural e ético ocidental, plasmado pela seiva de matiz cristã” de Portugal.
Nessa dignidade cabem a justiça, a liberdade, a verdade, o respeito pelos outros… não se pode tolerar o espezinhamento do povo e, muito menos, não se pode tolerar o desprezo pelos sacrifícios que o povo de uma Nação inteira tem de fazer. Fenómenos como a corrupção, não só constitui o cancro de um país, como representa o rosto da mais perigosa e hedionda ameaça à Pátria dos cidadãos”.
Segundo o bispo do Ordinariato Castrense, a Força Aérea, pela própria índole da sua identidade, “cultiva uma verdadeira sabedoria do olhar”, possui na prática de ‘ir ao encontro’, a sua marca distintiva e o modus da sua identificação, e, em sintonia com a sua padroeira Nossa Senhora do Ar, “passa pela vida das pessoas e interage com elas, garantindo a sua defesa e a proteção do território nacional”.
“A sociedade reconhece na Força Aérea um alicerce fundamental e determinante do país, que sustenta não só a integridade física da Pátria, mas também a defesa das pessoas em todos os momentos difíceis das suas vidas, seja em terra seja em mar, seja no continente seja nas ilhas; hoje é chamada a colaborar no propósito de salvar Portugal da derrocada moral, de salvar a Nação do afundamento ético”, acrescentou D. Rui Valério, na homilia da celebração.
No dia 15 de janeiro de 1960, o Papa São João XXIII decretou Nossa Senhora do Ar como a ‘Padroeira de todos os Aviadores Portugueses’, na Carta Apostólica ‘Aligera Cymba’.
CB/OC