O Sínodo geral da Igreja Anglicana da Inglaterra aprovou a ordenação episcopal de mulheres, uma decisão que poderá abrir novas divisões numa confissão muito abalada pelos recentes problemas com o ramo dos EUA, a Igreja Episcopaliana, para além de dificultar o diálogo ecuménico com a Igreja Católica. Já em Fevereiro deste ano, o Sínodo Geral da Igreja Anglicana da Inglaterra votara, quase por unanimidade (348 a favor, 1 contra) uma moção que previa “explorar” a proposta do Arcebispo da Cantuária relativamente à ordenação episcopal de mulheres. Este caminho adoptado pelos anglicanos prevê que a Igreja Anglicana possa ser liderada por uma mulher, no futuro. Na Inglaterra, a ordenação sacerdotal de mulheres foi autorizada em 1994, as quais representam actualmente 16 por cento do total de clérigos da Igreja Anglicana. Este fim-de-semana, o Sínodo considerou como “teologicamente aceitável” o conceito de mulher bispo, após um debate de duas horas e meia aberto pelo Arcebispo de York, John Sentamu. Um total de 288 membros do sínodo apoiou a proposta de admissão das mulheres ao episcopado, por “estar de acordo com a fé da Igreja”. “Devo prestar tributo às mulheres anglicanas, que foram submetidas a todo tipo de provas durante quase noventa anos. Mantiveram a fé e foram leais à Igreja da Inglaterra”, disse o Arcebispo de York, que admitiu que a proposta não seria aceite pela Igreja Católica. O Arcebispo da Cantuária, Rowan Williams, primaz da Igreja da Inglaterra, pedirá ao Sínodo que apoie a formação de um grupo que trabalhe na redacção de uma proposta sobre os passos a seguir para suprimir os obstáculos à ordenação de mulheres bispos. O processo legislativo deverá ser ainda longo, prevendo-se que apenas em 2012 se possa dar a primeira ordenação episcopal no feminino.