ONU sem decisão sobre a proibição da clonagem humana

O debate na ONU sobre a proibição da clonagem humana, promovido na semana passada, concluiu sem que se chegasse a uma decisão no comité jurídico da Assembleia Geral do organismo, criado para elaborar uma convenção internacional sobre o tema. Ainda que todos os países estivessem de acordo em proibir a clonagem humana com fins reprodutivos, a possibilidade de permitir a clonagem de embriões humanos com objectivos de experimentação médica criou divisões. A Costa Rica apresentou uma resolução apoiada por 64 países, que goza do apoio da Santa Sé, a pedir a proibição total da clonagem. A Bélgica, por sua parte, apresentou uma resolução diferente que tenta permitir a clonagem “terapêutica”. O arcebispo Celestino Migliore, que interveio no debate na qualidade de observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, pediu junto da ONU a proibição completa da clonagem humana, considerando que não há nenhuma justificação ética ou científica para essa prática. “A Convenção Internacional contra a clonagem reprodutiva do ser humano é um processo que tem como objectivo efectivo encontrar uma fórmula jurídica que identifique e possa banir práticas que não respeitem a dignidade humana”, disse o observador permanente da Santa Sé na ONU, arcebispo Celestino Migliore, no 6º comité sobre o artigo 150 da referida Convenção. A distinção entre clonagem reprodutiva e clonagem terapêutica foi considerada pela Santa Sé como “capciosa”, frisando que “ambas implicam o mesmo processo técnico de clonagem e apenas diferem no objectivo, pelo que nenhuma delas respeita a dignidade do ser humano”.

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