ONU: Secretário de Estado do Vaticano defendeu «aldeia educacional», sem discriminação e com fraternidade

Cardeal Pietro Parolin afirmou que é «cada vez mais urgente» um pacto educativo global

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 21 set 2022 (Ecclesia) – O secretário de Estado do Vaticano defendeu a necessidade de criar-se uma “aldeia educacional”, afirmando que é “cada vez mais urgente” um pacto educativo global, na cimeira ‘Transformar a Educação’ da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque.

“A educação ajudará a superar as várias fraturas que existem nas nossas sociedades, construindo comunidades mais fortes e resilientes, baseadas nos valores da fraternidade humana e da solidariedade recíproca”, disse o cardeal Pietro Parolin, esta segunda-feira, em Nova Iorque, informa o portal ‘Vatican News’.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, convocou a Cimeira ‘Transformar a Educação’, que antecedeu o debate entre chefes de Estado e de Governo dos 193 países membros, na 77.ª sessão da Assembleia Geral da Nações Unidas.

“Num momento de desinformação desenfreada, negação climática e ataques aos direitos humanos, precisamos de sistemas educativos que distingam factos de conspiração, incutam respeito pela ciência e celebrem a humanidade em toda a sua diversidade”, disse António Guterres, na conferência.

O secretário de Estado do Vaticano afirmou que a pandemia Covid-19, a guerra na Ucrânia, e muitos outros conflitos em diferentes regiões do mundo, “tornam a necessidade de um pacto educativo global cada vez mais urgente”.

Segundo o cardeal italiano, é necessário criar uma “aldeia educacional”, onde todas as pessoas, de acordo com suas funções, partilham a tarefa de formar uma rede de relações abertas e humanas, mas, primeiro, é preciso limpar o terreno da discriminação e deixar a fraternidade florescer, lembrando o provérbio africano ‘é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança’.

O secretário de Estado do Vaticano defendeu a importância de reconstruir a frágil aliança educacional, introduzindo as novas gerações nos “valores do respeito, do diálogo e da solidariedade, através do investimento dos melhores recursos disponíveis na educação de qualidade”.

D. Pietro Parolin lembrou que o Papa lançou um ‘Pacto Educativo Global’, em outubro 2020, com investigadores e professores de várias áreas, e o processo de implementação deu origem a novas iniciativas a nível continental e local; Francisco na sua mensagem afirmou que a educação é “uma das formas mais eficazes de tornar nosso mundo e nossa história mais humanos”.

O Papa convidou as organizações educativas no mundo a rever os seus projetos e currículos, empreendendo sete percursos precisos que têm como objetivo final tornar a educação “realmente integral, superando as dicotomias entre seus aspetos cognitivo, emocional e ético”, lembrou ainda o secretário de Estado do Vaticano.

Na cimeira ‘Transformar a Educação’ da Organização das Nações Unidas, lembrou ainda que a Igreja Católica acompanhou a evangelização com a transmissão de conhecimento, da cultura e da ciência, através dos mosteiros como centros de cultura, de escolas ligadas às Igrejas locais e com a fundação das primeiras universidades do mundo ocidental.

O cardeal Pietro Parolin salientou que a Igreja Católica continua a empenhar-se na “vanguarda da educação”, com quase 220 mil escolas e 1365 universidades em todos os continentes, onde mais de 70 milhões de estudantes, muitos deles não católicos e não-cristãos, recebem uma educação de qualidade, informa o Vatican News’.

CB/OC

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