«As perspetivas de um regresso às experiências com explosivos nucleares permanecem reais», lamentou D. Gabriele Giordano Caccia
Cidade do Vaticano, 31 ago 2023 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé no Conselho de Segurança da ONU reiterou o apoio à entrada em vigor do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares (CTBT) sobre armas nucleares, que causam sérios danos às populações dos territórios envolvidos.
“[Delegação da Santa Sé] Apoia os esforços para colocar em vigor o Tratado de Proibição Total dos Testes Nucleares, e o fortalecimento da proibição de testes com explosivos nucleares no Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPNW)”, disse o arcebispo Gabriele Giordano Caccia, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
O representante da Santa Sé destacou o convite do Papa à comunidade internacional, para “aprender com aqueles que foram afetados pelos testes nucleares”, na reunião plenária que assinalou o Dia Internacional contra os Testes Nucleares da ONU, esta terça-feira, 29 de agosto.
“Infelizmente, as perspetivas de um regresso às experiências com explosivos nucleares permanecem reais”, alertou o arcebispo italiano, lembrando que o objetivo fundamental de “um mundo livre de armas nucleares” do TPNW.
Francisco, na mensagem para a Conferência de Viena sobre o Impacto Humanitário das Armas Nucleares, de 7 de dezembro de 2014, disse que essas pessoas são “vozes proféticas”, porque apresentam ao mundo “os riscos das armas nucleares que têm o potencial de destruir a nós e à civilização”.
O observador permanente da Santa Sé no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas referiu que o primeiro teste nuclear no Novo México, há 78 anos [EUA, 16 de julho de 1945], deu início a uma corrida armamentista e a testes nucleares, com graves consequências, como “deslocamento, problemas de saúde multigeracionais, alimentos e água envenenados, a quebra de laços espirituais das pessoas com a Terra, nossa Casa Comum”.
Segundo D. Gabriele Giordano Caccia, os Estados “têm a obrigação moral e legal de restaurar as vidas, as comunidades e os ecossistemas danificados por esses testes”, identificando os povos indígenas, as mulheres e as crianças, que receberam pouca assistência, com os que mais sofreram.
“Alcançar uma proibição universal dos testes de explosivos nucleares e restaurar as vidas e os ambientes danificados por esses testes oferecem um caminho para a construção de um ‘clima de confiança e de diálogo sincero’’, concluiu o observador permanente da Santa Sé, citando novamente do Papa Francisco, informa o portal ‘Vatican News’.
A Santa Sé ratificou os diferentes tratados sobre este tema: de Não Proliferação de Armas Nucleares; de Proibição Completa de Testes Nucleares; sobre a Proibição de Armas Nucleares.
O Dia Internacional Contra Testes Nucleares foi declarado a 2 de dezembro de 2009 pelas Nações Unidas, na resolução 64/35; em 2013, a Assembleia Geral da ONU criou o Dia Internacional para a Eliminação Total das Armas Nucleares, que se assinala a 26 de setembro.
CB