ONU: Santa Sé alerta para liberdade religiosa «espezinhada» em muitos países

Cidade do Vaticano, 04 out 2016 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé, na Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que “os direitos humanos” continuam a ser “ignorados” e minimizados em muitos países, bem como, a liberdade de religião que é “espezinhada”.

D. Bernardito Auza afirmou que todas as pessoas nascem com “igual dignidade e com o fundamental direito à vida” que devia ser “acolhido” e protegido “desde a conceção até a morte natural”.

Na 71.ª sessão da Assembleia Geral da ONU dedicada ao tema da promoção e da proteção dos direitos humanos, o diplomata católico alertou que esses continuam a ser ignorados e minimizados especificando que a liberdade religiosa continua a ser “espezinhada em muitos países”.

O prelado, citado pela Rádio Vaticano, comentou que a compreensão integral dos direitos e da dignidade humana quer o reconhecimento dos direitos sociais, culturais, políticos e espirituais e, neste âmbito, defendeu que “a liberdade de mudar de religião ou credo” também deve ser assegurada, expressa no artigo 18.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem.

Segundo D. Bernardito Auza, as pessoas continuam a ser “perseguidas, detidas” e, às vezes, mortas pelo seu credo e referiu que mesmo as comunidades religiosas “não estão imunes da tentação” de violar a liberdade religiosa dos outros com “interpretações intolerantes”.

A religião, acrescentou, torna-se “fonte de discriminação” quando é “usada e abusada” para definir a identidade e a unidade nacional.

O arcebispo filipino alertou que o direito à vida continua a ser debatido “mas não é considerado uma prioridade” e exemplificou que é “ignorado” o direito à vida dos nascituros, migrantes, das vítimas de conflitos, dos anciãos e dos que correm o risco da pena de morte.

Neste contexto, o observador permanente da Santa Sé na ONU destacou o “crescente consenso global” quanto à eliminação da pena de morte que tem sido um avanço quanto à “proteção da vida” uma vez que essa condenação “contradiz o plano de Deus”.

“A pena de morte não faz justiça, alimenta a vingança”, acrescentou.

De recordar que hoje no Vaticano, o arcebispo Rino Fisichella, presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização disse que o Papa Francisco “esteve em contacto telefónico nos últimos meses com condenados à morte”.

D. Bernardito Auza pediu que os Estados enfrentem “a sistémica privação do direito à vida” assegurando alojamentos e padrões adequados a quem vive como um “indigente” por causa da pobreza, divulga a Rádio Vaticano.

CB

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Agência ECCLESIA

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