Intervenção no Conselho de Direitos Humanos lembra vítimas da violência do autoproclamado «Estado Islâmico»
Genebra, Suíça 17 mar 2015 (Ecclesia) – O representante da Santa Sé no Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas alertou hoje em Genebra para a situação das crianças sírias que foram recrutadas para combate ou estão refugiadas.
“Se a violência não parar e o ritmo normal da educação e do desenvolvimento não for retomado, estas crianças estão em risco de se tornar uma geração perdida”, afirmou D. Silvano M. Tomasi, em intervenção enviada à Agência ECCLESIA.
O arcebispo italiano denunciou que as crianças são “recrutadas, treinadas e utilizadas em combate” e às vezes como “escudos humanos”, em ataques militares.
“O grupo Estado Islâmico (EI) piorou a situação através da formação e utilização de crianças em atentados suicidas; matando as crianças que pertencem a diversas comunidades étnicas e religiosas; vendendo crianças como escravos nos mercados e outras atrocidades”, exemplificou, durante a 28ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.
O debate de hoje centrou-se no relatório da Comissão Internacional Independente de Investigação na Síria, recordando que desde o início da guerra, em 2011, “cerca de 10 milhões de pessoas abandonaram o país”.
“Estão privados dos seus direitos básicos de abrigo e habitação adequada, segurança e dignidade humana", comentou o prelado.
“A violência continua a produzir vítimas no Médio Oriente, em particular, mas também noutros lugares onde o ódio e intolerância são os critérios”, afirmou D. Silvano M. Tomasi.
O representante da Santa Sé disse que a Comunidade Internacional, “como um todo”, “parece ter menosprezado” a extensão da crise síria e recordou que o EI, nas regiões que controla, “fechou uma grande quantidade de escolas”.
A intervenção alertou também para a separação das famílias, o que “obriga muitos menores a defenderem-se sozinhos”.
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