ONU adopta resolução contra a clonagem humana

A Assembleia Geral da ONU adoptou esta terça-feira uma resolução (A/59/516), intitulada “Declaração Universal contra a clonagem de seres humanos”, que pede aos Estados-membros a proibição de “todas as formas de clonagem de seres humanos que sejam incompatíveis com a dignidade humana e a protecção da vida humana”. Após um intenso debate, a declaração foi aprovada com 84 votos a favor, 34 contra e 37 abstenções. O texto pede que os países “adoptem com urgência todas as medidas legislativas necessárias para proteger adequadamente a vida humana na aplicação da ciência” e proíbe “o recurso de técnicas de engenharia genética que possam ser contrarias à dignidade humana”. Uma das alíneas da declaração apela expressamente aos Estados-Membros para que tomem medidas no sentido de evitar que, através da aplicação das ciências da vida, “se verifique a exploração de mulheres”. A Declaração Universal contra a Clonagem Humana tinha sido aprovada no dia 18 de Fevereiro, na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, após quatro anos de debate. Esta é a primeira vez que a ONU se pronuncia de forma precisa sobre o tema, mas o documento não tem carácter vinculativo e vários países já anunciaram que vão ignorar algumas das suas recomendações. A Santa Sé já tinha manifestado a sua satisfação perante a aprovação do documento, que passou depois à Assembleia Geral da ONU. O arcebispo Celestino Migliore, observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, informou que a Igreja se declarou a favor da “proibição total” de qualquer forma de clonagem. “A Igreja, alentada pelas promessas da medicina – que já prevê a possibilidade de utilizar com êxito células estaminais adultas -, não pode tolerar o uso e a destruição de embriões humanos”, explicou em declarações à Rádio Vaticano.

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