Marcelo Rebelo de Sousa homenageia bispo que serviu a Igreja e Portugal
Lisboa, 24 set 2017 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa lamenta hoje a morte de D. Manuel Martins, bispo emérito de Setúbal, recordando-o como um homem “sempre atento à luta pela liberdade”.
“O senhor Dom Manuel Martins, representou, para a Igreja Portuguesa, a projeção da linhagem do senhor Dom António Ferreira Gomes no mundo do trabalho, em áreas sociais particularmente complexas, sempre atento à luta pela liberdade contra a opressão e pela igualdade contra a injustiça. Em homenagem ao princípio da dignidade da pessoa”, escreve Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem divulgada pela Presidência da República.
D. Manuel Martins, primeiro bispo de Setúbal, faleceu esta tarde no Distrito do Porto, de onde era originário, aos 90 anos de idade.
“Ao dar vida aos princípios evangélicos, em tempos de crise e de enormes desafios comunitários, não serviu apenas a Igreja Católica, serviu Portugal”, defende o chefe de Estado.
Rebelo de Sousa evoca a mensagem por ocasião do 90.º aniversário do prelado, na qual se elogiava um testemunho “particularmente impressivo à frente da Diocese de Setúbal”.
“O Presidente da República evoca, com saudosa e respeitosa amizade, uma personalidade singular, que tudo fez na sua vida para contribuir para um Portugal mais livre e mais justo, e, por isso, mais democrático”, conclui a mensagem de condolências.
D. Manuel Martins foi o primeiro bispo nomeado para a então recém-criada Diocese de Setúbal, onde iniciou o seu ministério episcopal no dia 26 de outubro de 1975.
O falecido bispo nasceu a 20 de janeiro de 1927, em Leça do Balio, concelho de Matosinhos; foi ordenado sacerdote em 1951, após a formação nos seminários do Porto, seguindo-se a frequência do curso de Direito Canónico na Universidade Gregoriana, em Roma.
Pároco da Cedofeita, no Porto, entre 1960 e 1969, D. Manuel Martins foi nomeado vigário-geral da diocese nortenha em 1969, antes de seguir para Setúbal.
No dia 23 de abril de 1998, o Papa João Paulo II aceitou o seu pedido de resignação ao cargo.
O bispo emérito foi agraciado com a grã-cruz da Ordem de Cristo, durante as comemorações do 10 de junho de 2007, em Setúbal, e com o galardão dos Direitos Humanos da Assembleia da República, a 10 de dezembro de 2008.
OC