Óbito: Beja despede-se de D. Manuel Falcão

Bispo é recordado como figura de referência pelos responsáveis da Diocese alentejana

Beja, 22 fev 2012 (Ecclesia) – A Diocese de Beja despede-se hoje do seu bispo emérito, D. Manuel Falcão, que faleceu esta terça-feira, aos 89 anos, numa cerimónia que se inicia às 10h30, na catedral local.

O corpo do falecido prelado, nascido em Lisboa, segue depois para o cemitério de Beja, onde a urna será depositada no jazigo dos bispos da diocese.

D. Vitalino Dantas, atual bispo de Beja, fala de uma grande perda e manifesta a sua gratidão a D. Manuel Falcão.

“Foi uma vida que marcou muita gente, que marcou a diocese, que marcou muitos pobres, porque ele era muito atencioso e ninguém ficava sem a ajuda que pedia”, disse à RR.

D. Manuel Franco da Costa de Oliveira Falcão nasceu a 10 de novembro de 1922 em Lisboa; após a conclusão do curso de Engenharia, entrou no seminário, em 1945, e foi ordenado padre pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira.

Por Bula de Paulo VI datada de 6 de dezembro de 1966, foi eleito bispo titular de Telepte e auxiliar do cardeal-patriarca, com a ordenação episcopal a ter lugar a 22 de janeiro de 1967.

A 24 de outubro de 1974, pouco depois da Revolução de abril, foi nomeado coadjutor por Paulo VI, com direito de sucessão do arcebispo-bispo de Beja, D. Manuel dos Santos Rocha, chegando à Diocese em janeiro de 1975.

Aquando da resignação de D. Manuel dos Santos Rocha, por limite de idade, a 8 de setembro de 1980, D. Manuel Falcão passou a bispo diocesano, com entrada solene a 1 de outubro.

O falecido bispo resignou a 25 de janeiro de 1999, ficando como administrador apostólico da Diocese até à tomada de posse de seu sucessor D. António Vitalino Fernandes Dantas, no dia 11 de abril.

O prelado decidiu continuar a viver em Beja, onde escreveu até à sua morte, no semanário diocesano ‘Notícias de Beja’.

D. Manuel Falcão criou em 1984 o Departamento do Património Histórico e Artístico e o seu atual diretor, José António Falcão, lembra o prelado como “um grande bispo”, com sentido de diálogo entre cultura, Igreja e sociedade.

“O Departamento deve muito ao entusiasmo, à coragem e também à largueza de vistas e ao próprio sentido ecuménico e de diálogo entre a cultura, a Igreja e a sociedade que o Sr. D. Manuel Falcão colocou ao longo de todos estes anos”, observou, em declarações à Renascença.

Para José António Falcão, “a Diocese de Beja e a própria Igreja portuguesa acabam de perder uma das grandes figuras da segunda metade do século XX”.

RR/OC

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