O Sofrimento do Senhor Santo Cristo

“Através da muda eloquência da Sua imagem, o Senhor Santo Cristo fala-nos do sentido e do valor do sofrimento” – realçou D. Arquimínio Rodrigues da Costa, Bispo Emérito de Macau, que presidiu, dia 25 de Maio, às cerimónias das Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres, na Ilha de S. Miguel, nos Açores. Aos cristãos açorianos, que enchiam as ruas de Ponta Delgada, o prelado, natural daquele arquipélago e residente na ilha do Pico, salientou que o Senhor Santo Cristo fala-nos do sofrimento, “não como um espectador, mas como alguém que assumiu a dor humana e nos fala dela a partir da Sua experiência pessoal”. Numa ilha vulcânica e com sismos frequentes, a devoção era o único refúgio do povo, através do culto do Divino Espirito Santo e ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. Uma tradição antiquíssima, que traz àquela ilha milhares de açorianos oriundos dos mais diversos países, onde “o homem das dores”, como chama D. Arquimínio Rodrigues da Costa ao Senhor Santo Cristo, simboliza o temor daqueles habitantes. Sendo Ele não só verdadeiro homem, mas também verdadeiro Deus, o bispo emérito de Macau, sublinha que “a Sua dor tem uma profundidade que escapa à nossa compreensão”. Na linha compreensiva do sofrimento, D. Arquimínio da Costa apela ao Senhor Santo Cristo para que não permita que, “pelas nossas revoltas e protestos, inutilizemos o grande tesouro que é o sofrimento”. E adianta: “que o vosso exemplo e a vossa graça nos ajudem a compreender o valor da cruz e a aceitá-la com fé e amor, na certeza de que não há proporção alguma entre as breves tribulações desta vida e futura glória que nos espera”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top