José Luís Nunes Martins
Medo ou vontade de perfeição?
O medo é um dos principais motivos de mudança. As pessoas fogem e acabam em lugares e situações que não desejam, porque algo as assustou e começaram a correr sem destino.
O medo começa por atacar os nossos sentidos e razão, ao ponto de deixarmos de conseguir fazer com que as circunstâncias pareçam ser o que não são, tomando por verdade o que não o é. Escraviza-nos porque nos faz ter o mal por certo e o bem por impossível.
A perfeição é subtil e muito exigente, murmura e quer apenas quem a quiser. O caminho da perfeição é longo e estreito, um só passo em falso e podemos deitar tudo a perder.
A vida é uma sequência ininterrupta de escolhas. Que critério seguimos para decidir?
Quando há um mal e um bem, é fácil. Mas e quando há dois males? E dois bens?
Um dos piores sintomas da infantilidade do nosso discernimento é a incapacidade de aceitarmos que na vida temos, muitas vezes, de deixar coisas boas para trás.
As crianças querem tudo. Não admitem que, por vezes, apenas se pode ter acesso a um dos bens disponíveis. Tentam tudo afim de explorar a possibilidade que julgam ser justa de encontrarem um caminho em que não tenham de abdicar de nada. E quando há dois males? Claro, não aceitam nenhum.
Podemos sempre aperfeiçoar-nos, escolhendo, em cada dia, o melhor caminho disponível. Haverá tempos de flagelo, em que parece que só escolhemos entre males e males. A vida põe-nos à prova sem piedade.
A coragem é a capacidade de escolher o melhor, apesar da presença permanente do medo.
O sucesso não é sorte. Implica sacrifícios tão grandes que, quem o alcança, muitas vezes o vê apenas como um descanso e alívio, mais do que como uma surpresa.
O que te faz caminhar?
Que fogo te faz bater o coração?
Qual será o destino da tua vida se continuares a seguir o caminho em que estás?
De qualquer forma, não tenhas medo de ser feliz!