Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2004, a celebrar no próximo Domingo João Paulo II desafia a Igreja Católica a “relançar com coragem a Missão” nos países em que o Evangelho ainda não se afirmou. “Os desafios sociais e religiosos que a humanidade vive nos nossos tempos devem estimular os crentes a renovar o seu fervor missionário”, diz o Papa na sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões de 2004. No texto, que tem como tema “Eucaristia e Missão”, João Paulo II refere que “a missão está ainda bem longe do seu fim e todos devemos comprometer-nos nela com todas as forças”. “O compromisso missionário da Igreja constitui, também neste início do terceiro milénio, uma urgência”, acrescenta. O líder da Igreja Católica pede que os missionários sejam “peritos na celebração, adoração e contemplação da Eucaristia”, dando como exemplos São Daniel Comboni, “o grande apóstolo de África” e Santa Teresa de Lisieux, padroeira das missões. O Papa espera que o Congresso Eucarístico Internacional, celebrado em Guadalajara no mês de Outubro, mês missionário (o Dia Mundial das Missões é este celebrado a 24 de Outubro) seja considerado como “uma ocasião extraordinária para esta tomada conjunta de consciência missionária”, explicando que “todos devem sentir-se enviados como missionários da Eucaristia para difundir em qualquer ambiente o grande dom recebido”. A mensagem de João Paulo II reafirma dois conceitos fundamentais para a definição de Igreja: “o seu carácter de sacramento universal de salvação” e de “realidade visível hierarquicamente estruturada”. Nesse sentido, escreve, “quando se participa do Sacrifício eucarístico, percebe-se com mais profundidade a universalidade da redenção e, consequentemente, a urgência da missão da Igreja”. O Papa deixa ainda uma última palavra para as Obras Missionárias Pontifícias, agradecendo “o precioso serviço que prestam à nova evangelização e à evangelização ad gentes”. O documento • Mensagem de João Paulo II para o Dia Mundial das Missões Os números das missões católicas A população mundial conta com 6 mil e 200 milhões de pessoas, dos quais os católicos são mil e 70 milhões (metade dos quais na América; 26,1% na Europa; 12,8 % em África; 10,3% na Ásia; 0,8 % na Oceania) – correspondendo a 17,20% da população total. As estruturas eclesiásticas existentes nos países de missão (Dioceses, prefeituras apostólicas, paróquias) são 40% do total da Igreja Católica. Ao serviço das missões estão mais de 85 mil padres, 450 mil religiosas e 1 milhão e 650 mil catequistas, insuficientes, contudo, para fazer face às necessidades crescentes destes países. Na Ásia, por exemplo, vive mais de metade da população mundial, mas os católicos representam são apenas 2,9% nesse continente. As Obras Pontifícias Missionárias asseguram, neste momento, 42000 escolas, 1600 hospitais, 6000 dispensários médicos, 780 leprosarias, 12000 obras sociais e 390 seminários. Celebração no Vaticano O Dia Mundial das Missões será assinalado na Basílica de São Pedro com uma celebração eucarística, presidida pelo Cardeal Crescenzio Sepe, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, em nome do Papa. Durante a apresentação das ofertas, alguns representantes da África e da América Latina vão levar ao altar o pão e o vinho, juntamente com outros dons típicos das suas terras. Um grupo de índios vai oferecer incenso e flores antes dos ritos de comunhão. Durante a celebração, diversas comunidades dos países de Missão (Coreia, Índia) vão apresentar cantos típicos de seus países. Amanhã, o mesmo Cardeal Sepe vai presidir a uma Vigília de Oração na Igreja do Santo Espírito, em preparação para o Dia Mundial das Missões. O Rosário missionário será a forma de rezar por todos os continentes, complementado por cantos típicos das diversas nações presentes na Vigília.