O panorama mundial da intolerância religiosa

A China,Cuba, a Bielorrússia e a Nigéria são os piores países dos respectivos continentes em matéria de violação da liberdade religiosa, indica o relatório 2003 da Fundação “Ajuda à Igreja que sofre”, divulgado em Roma no dia 26 de Junho. O relatório afirma que 938 cristãos foram mortos em todo o mundo em 2002, 629 foram feridos e mais de 100.000 estão detidos. Na China, “nada mudou no que se refere à determinação do regime em asfixiar a liberdade religiosa”, indica o relatório. Quase metade da população chinesa (1,2 mil milhões) será crente, ao passo que as autoridades estimam o número de fiéis em 100 milhões, declarou um dos autores do texto, o Pe. Bernardo Cervellera, antigo director da agência do Vaticano Fides e actual director da agência “Asia news”. Segundo o religioso, as perseguições são constantes na China e a polícia destrói regularmente igrejas e seminários. A situação sobre a liberdade religiosa em Cuba foi classificada como “escandalosa”. O relatório afirma que o Partido Comunista cubano, “a despeito da liberdade religiosa, divulgou um documento convidando os seus membros a combater a influência da Igreja Católica sobre a população”. «Nós somos a Amnistia Internacional no plano católico», afirmou Attilio Tamburrini, director da Fundação na Itália. “O nosso trabalho é de campo, funde as suas raízes nas realidades que seguimos há cinquenta anos, em particular, as discriminações que sofrem os católicos e outros crentes”, explicou. O relatório faz também referência a sinais positivos: um projecto de lei sobre a liberdade religiosa, apresentado na Hungria, e algumas orientações da administração de George W. Bush, presidente dos EUA, favoráveis “a promover a liberdade religiosa como um valor em si mesmo e não apenas como uma dimensão a ser tutelada”. Mênção elogiosa foi feita também a Timor Leste e ao Emirato do Qatar, que adoptou uma nova Constituição onde se garante “o direito fundamental da liberdade de culto”. EUROPA DE LESTE COLOCA ENTRAVES À LIBERDADE RELIGIOSA A Europa aparece representada neste relatório por uma série de países de Leste, mormente no que diz respeito à não restituição dos bens confiscados durante os regimes comunistas e ao endurecimento da legislação referente à actividade religiosa que se configura numa verdadeira perseguição administrativa. Os casos mais complicados são Bielorússia, com uma das leis mais restritivas sobre a liberdade religiosa, e Roménia, onde as comunidades católicas de rito oriental se vêem privadas de suas igrejas, confiscadas pelo regime comunista em 1948. Trinta páginas do relatório são dedicadas à Rússia, sublinhando que «o respeito pela liberdade religiosa encontrou novas dificuldades, sobretudo para a Igreja católica». O livro constata que a administração adoptou gestos hostis, como a expulsão de alguns sacerdotes, em resposta a «suposta expansão católica».

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