O muro da discórdia chega ao Tribunal Penal Internacional

Construção de um muro de segurança, na Cisjordânia, tem sido muito contestada pela Igreja Católica O Tribunal Penal Internacional (TPI) iniciou hoje três dias de audiências sobre a legalidade do muro de separação israelita, na Cisjordânia, discussão que, pela primeira vez, leva a política de Israel perante um Tribunal internacional. O Tribunal, órgão judicial superior das Nações Unidas, com sede em Haia, recebeu da Assembleia-geral da ONU o pedido de emissão de um parecer não vinculativo sobre o muro. Em Novembro de 2003 João Paulo II criticou a construção de um “muro de segurança” na Cisjordânia, numa altura em que o Primeiro-ministro israelita se prepara para visitar a Itália. O Papa afirmou que a Terra Santa não tem necessidade de «muros», mas de «pontes», em referência à barreira de cimento e arame farpado de 350 quilómetros que o governo israelita está a levantar a fim de deter a entrada de terroristas no seu próprio território. Já em Janeiro deste ano, uma delegação de bispos europeus e norte-americanos visitou os católicos na Terra Santa e exigiu à comunidade internacional que venha em auxílio da comunidade palestiniana, “esmagada” pelas políticas de Israel. “Vimos os efeitos devastadores do muro de segurança, actualmente em construção na Cisjordânia, através da terra e dos lares palestinianos. Esta é uma estrutura permanente que divide famílias, isola as pessoas dos seus terrenos e bens, corta ao meio instituições religiosos”, alertavam os 15 bispos num comunicado. O governo de Israel já concluiu a construção de uma parte de 145 km do muro, ms o plano de separação não corresponde às actuais fronteiras, o que acaba por isolar algumas aldeias palestinianas. A Cáritas Jerusalém advertira muito antes que “o muro em construção à volta de Belém vai isolar 700 famílias, a maioria das quais palestinas cristãs, além do Convento Emanuel das Beneditinas”.

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