O mal seduz com as aparências

José Luís Nunes Martins

A felicidade depende muito das nossas escolhas interiores. Escolher bem é escolher o bem, mesmo quando isso implica deixar outras boas hipóteses de fora. Tão importante quanto escolher entre o bem e o mal é aprender a optar entre vários bens.

Quem faz o seu caminho com verdade e o percorre com paz é feliz. Apesar de todos os sofrimentos, dores e tristezas que o envolvem. É feliz porque a felicidade não é uma alegria aparente, mas sim algo que se semeia, floresce e frutifica no mais fundo do nosso coração. A felicidade mora aí, onde os olhos de pouco nos servem. A verdade murmura, por isso é quase sempre uma excelente opção fechar os olhos para a escutar melhor!

Há quem prefira viver a fingir. Com medo de ser frágil e pequeno, como se fosse o único a sê-lo! Somos todos bem mais fracos do que parecemos. E a nossa coragem para sermos melhores e mais fortes alimenta-se da humildade de aceitarmos as nossas cobardias e fraquezas.

Em teoria, é simples: primeiro, distinguir a verdade das aparências e, depois, escolher a verdade.

As infelicidades mais profundas são as de quem, tendo escolhido mal, não se arrepende e/ou não se perdoa. Como se não houvesse espaço nem tempo para se redimir. Ora, a existência humana é vivida neste tempo passageiro, mas também o é na eternidade, de onde este período faz parte. Assim, o plano da verdade é muitíssimo maior do que o das aparências. Nada do que importa se esgota aqui e agora.

Para muitos, haver mais vida é quase uma má notícia, na medida em que os obriga a repensar as suas escolhas e critérios. A assumir e a corrigir erros do passado, que se arrastam e os perseguem, porque, afinal, nunca deixaram de ser importantes. A verdade da vida também nos obriga a refletir sobre o que devemos querer e fazer hoje mesmo, não em ordem ao imediato, mas ao longo prazo…

Tal como hoje colhemos o que semeámos há muito, importa que sejamos capazes de escolher os caminhos que nos levam mais longe e mais alto. Uma certeza há: não são os mais fáceis.

Os males habitam nas aparências, com promessas de paixão a curto prazo. A verdade é a casa do bem, de onde se pode sentir a brisa de um amor sem fim.

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Agência ECCLESIA

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