O homem e a máquina

Paulo Rocha, Agência ECCLESIA

Um objetivo sem um plano é apenas um desejo. (Saint-Exupéry)

Cruzei-me com a sabedoria de Saint-Exupéry, expressa sempre em poucas palavras, ao pensar no pontificado do Papa Francisco. Não tanto a pessoa do cardeal Bergoglio, determinante para o perfil do líder da Igreja Católica e para a imagem que cria atualmente, mas a missão que tem em curso na instituição.

1000 dias após a eleição de um Papa que veio ?quase do fim do mundo?, há muitas imagens fortes, emocionantes, significativas, comoventes, enternecedoras? 

Transcendentes, mesmo! E não será necessário muito mais do que as imagens, 1000 imagens, para fixar a relevância deste pontificado, a energia transformadora que trouxe à Igreja Católica, o impacto que provoca na sociedade mediatizada e a expectativa em relação ao ponto de chegada de um jeito único, autêntico, pessoal e próximo de comando a partir da cúpula, que tem na forma de transformar o poder da cúpula em possibilidade de diálogo a primeira chave de leitura do seu pontificado.

No dia em que se completam 1000 dias da eleição do Papa Francisco, todas as imagens e todas as palavras poderiam ser traduzidas apenas numa: misericórdia. É esse o modo de agir de Deus. E do Papa. E o que Deus e o Papa querem para toda a Igreja.

O Jubileu da Misericórdia, que inicia no dia 8 de dezembro, quando se completam 1000 dias de pontificado de Francisco e 50 anos do encerramento do Concílio Vaticano II, vai, por certo, oferecer muitas oportunidades para compreender que a misericórdia é o ambiente de todos gestos, desafios, provocações e surpresas do Papa. Deste, como foi de todos!

Incerto é o fim da história, como tem de ser quando o curso dos acontecimentos não se circunscreve a horizontes possíveis de avistar, mas aos que derivam de uma era inaugurada há 2000 anos com o mistério do Natal: a incarnação de Deus em Jesus, a Sua morte e ressurreição.

Uma circunstância bastante para motivar pessoas e instituições que a seguem neste tempo à renovação que implica a realização da experiência crente, não permitindo que projetos permaneçam desejos pela passividade de quem tem por missão elaborar os planos que concretizam os primeiros.

Nesta como noutras ocasiões é necessário ajustar ritmos, os da máquina aos do homem.

Paulo Rocha

 

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