O Cinema do Orgulho Americano

Entre os muitos filmes que têm subjacente o elogio do heroísmo dos americanos, duas séries se distinguiram pela sua longevidade e forma ingénua como a assumida intenção se exprime, “Rocky” e “Rambo”, ambas caracterizadas pela participação do actor Sylvester Stallone, mais tarde também realizador dessas mesmas obras. “John Rambo” é quarto episódio deste inverosímil combatente que, em diversas regiões do mundo, defende a honra e os interesses dos Estados Unidos. Mesmo quando se encontra em conflito com o seu país há sempre o ressuscitar da sua ética patriótica para o levar a assumir as atitudes logo de início esperadas por qualquer espectador. Neste quarto episódio, em que Stallone toma também conta da realização, há um nítido reforço no caminho da violência, com sequências verdadeiramente sanguinolentas. Mas Rambo salva-se sempre, quaisquer que sejam os seus inimigos. E também não se altera, em momento nenhum, a expressão de Sylvester Stallone, sempre imperturbável no seu ar severo e compenetrado. Para além do sector do público que aprecia este estilo de filmes – e que reúne um número considerável de espectadores – o interesse do filme limita-se ao conhecimento do caminho percorrido pelas mais características séries americanas, que em prejuízo da qualidade jogam fortemente na economia de meios de imaginação e se limitam a seguir sempre o mesmo trilho muito do agrado do público alvo. Mas as séries não são eternas e até este mesmo público alvo se cansa da repetição, pelo que não serão de prever novos episódios de Rambo, até porque Sylvester Stallone, já sexagenário, dificilmente manterá por muito tempo a excelente forma física em que se encontra presentemente. Francisco Perestrello

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