Núcleo duro do Vaticano condena leis injustas sobre a família

A presença de vários Cardeais da Cúria Romana e de vários outros dos mais próximos colaboradores de Bento XVI, marcou a realização do Congresso teológico-pastoral do V Encontro Mundial das Famílias. As suas intervenções coincidiram, no essencial, nas preocupações com a crise da família em vários países, tendo em vista, sobretudo, alguns projectos legislativos que consideram ofensivos para o matrimónio e a vida. Os conferencistas centraram a sua atenção sobre vários temas que preocupam os católicos de hoje, procurando definir o modelo de família que a Igreja defende, com as consequentes dimensões jurídicas, éticas e doutrinais. As recentes mudanças legislativas na Espanha, a respeito das uniões homossexuais e do divórcio não passaram despercebidas. O dia final contou, para além do presidente do Conselho Pontifício para a Família, Cardeal López Trujillo, com a presença do Cardeal Ivan Dias, prefeito da Congregação da Evangelização dos Povos e do seu predecessor no cargo, o Cardeal Crescenzio Sepe; do presidente da Conferência dos Episcopados da América Latina, Cardeal Francisco Javier Errázuriz Ossa; do Patriarca de Veneza, Cardeal Angelo Scola; o presidente da Conferência Episcopal Italiana e Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Camillo Ruini. O discurso que dominou o encerramento do Congresso foi o do sucessor de Joseph Ratzinger à frente da Congregação para a Doutrina da Fé, Cardeal William Joseph Levada. Este responsável lembrou que os cidadãos têm a obrigação de, em consciência, “não seguir as prescrições das autoridades civis quando estas são contrárias às exigências da ordem moral, aos direitos fundamentais ou aos ensinamentos do Evangelho”. O Cardeal Levada precisou que as leis humanas e as decisões judiciais que não respeitem “o ensinamento fundamental imutável” são contrárias “à lei de Deus”, pelo que devem “ser consideradas injustas”. O membro da Cúria Romana denunciou que “um dos grandes desafios dos últimos tempos é a tentativa, em sociedades secularizadas, de mudar as leis que, durante séculos, inclusive milénios, reconheceram o plano de Deus para o matrimónio e a família como se apresenta na ordem da Criação, e que constitui um património comum para toda a humanidade governada pela lei natural”. Por outro lado, o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé lembrou que “o Catecismo da Igreja Católica constitui uma ajuda única para que as famílias descubram a beleza da fé”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top