Novo homem forte do Papa para a Cultura

Arcebispo Gianfranco Ravasi substitui Cardeal Paul Poupard e quer «inquietar» o mundo cultural Bento XVI nomeou hoje como novo presidente do Conselho Pontifício para a Cultura o Arcebispo italiano Gianfranco Ravasi. Este responsável irá ainda presidir às Comissões Pontifícias para os Bens Culturais da Igreja e da Arqueologia Sacra. Actual prefeito da Biblioteca Ambrosiana,D. Ravasi nasceu há 65 anos na localidade lombarda de Merate, província de Lecco, norte da Itália. Famoso biblista e estudioso do Judaísmo, Ginafranco Ravasi é também docente de Exegese Bíblica, na Faculdade Teológica do norte da Itália e membro da Comissão Pontifícia Bíblica. No passado dia 6 de Abril, D. Ravasi apresentara as meditações da tradicional Via-Sacra no Coliseu de Roma. O Arcebispo italiano substitui o Cardeal Paul Poupard, de 77 anos, que há quase duas décadas desempenhava o cargo de homem forte do Vaticano para a Cultura. O pedido de renúncia do Cardeal francês ficou a dever-se ao facto de ter ultrapassado o limite de idade imposto pelo Direito Canónico. O Conselho Pontifício para a Cultura tem como missão “favorecer as relações entre a Santa Sé e o mundo da cultura, promovendo de modo particular o diálogo com as várias culturas do nosso tempo, a fim de que a civilização do homem se abra cada vez mais ao Evangelho, e os cultores das ciências, das letras e das artes se sintam reconhecidos pela Igreja como pessoas ao serviço da verdade, do bem e do belo”. Em entendimento com a Secretaria de Estado, interessa-se por programas de acção que os Estados e os Organismos internacionais empreendem “para favorecer a civilização humana”. Falando à Rádio Vaticano, o Arcebispo Ravasi admitiu que esta decisão do Papa implica uma “mudança radical”, mas advertiu que passou boa parte da sua vida “no mundo da cultura, das artes, da literatura”. Este responsável assegurou que vai estar “na fronteira, para ver o mundo que se interroga, que recusa, mas que dentro de si tem, subtilmente, uma ânsia de busca”. “É indispensável reconhecer que o Cristianismo é produtor de cultura, mas é sobretudo capaz de inquietar as culturas”, concluiu.

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Agência ECCLESIA

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