Novo Bispo de Pequim com aprovação do Vaticano

Ordenação episcopal poderá representar um passo importante para a regularização das relações entre as duas partes A comunidade católica de Pequim viveu hoje um dia de festa com a ordenação do seu Arcebispo, D. Li Shan, Bispo que conta com a aprovação da Santa Sé. A informação é confirmada na edição de Sábado do jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano. Li Shan, de 43 anos, foi eleito Arcebispo de Pequim em Julho deste ano, uma escolha feita pela “comunidade” diocesana local. O seu nome não encontrou objecções em Roma, mesmo não tendo havido um acordo precedente. Nessa ocasião, durante uma conferência de imprensa, o Cardeal Taricisio Bertone, número dois do Vaticano, afirmou que via a escolha de D. Li Shan como “muito boa e idónea”, esperando que a sua nomeação seja “um sinal muito positivo”. A agência do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras, AsiaNews, tinha já citado fontes da Igreja na China para anunciar a aprovação da Santa Sé a esta nomeação, o que seria um dado relevante. O novo Bispo substitui Fu Tieshan, falecido no passado dia 20 de Abril, presidente da Associação Patriótica Católica (APC) e um dos poucos prelados chineses que nunca procurou a reconciliação com o Vaticano. A APC, controlada pelo regime de Pequim, procura construir uma Igreja nacional, separada de Roma e longe da alçada do Papa. A AsiaNews destaca, contudo, que nos últimos anos a influência desta Igreja “oficial” tem diminuído significativamente e que a maioria dos Bispos (calcula-se que mais de 90%) procuram estar em comunhão com a Santa Sé. Para uma reaproximação, Pequim exige que a Santa Sé deixe de reconhecer Taiwan e “não interfira nos assuntos internos” da Igreja na China Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina”, ligada ao Papa e fora do controlo de Pequim, conta mais de 8 milhões de fiéis. A APC foi criada em 1957, para evitar “interferências estrangeiras”, em especial do Vaticano, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado.

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