O Cardeal Joseph Zen, Bispo de Hong Kong, revelou que diversas províncias da China proibiram jovens católicos de participarem na IV Jornada da Juventude Asiática, que decorre na antiga colónia britânica. Até 5 de Agosto, mais de mil jovens de 20 países vivem momentos de oração e reflexão sobre temas como a família ou os valores das diversas culturas da Ásia. Segundo o Cardeal Zen, a China considera que esta iniciativa (uma espécie de Jornada Mundial da Juventude em ponto pequeno) como um “evento anti-Pequim”. “É muito triste que funcionários do governo tenham deitado a perder esta oportunidade de intercâmbio, até porque este é um acontecimento de tipo espiritual, não político”, disse à agência católica AsiaNews. Um sacerdote que colaborou na organização deste festival disse que entre 30 a 40 pessoas, leigos e sacerdotes, conseguiram vir da China para assistir ao evento que começou no dia 30 de Julho. Uma estudante da província chinesa de Hebei, entrevista por uma estação televisiva local, afirmou que teve de dizer às autoridades locais que ia a Hong-Kong como turista, “caso contrário, eles não me deixariam vir”, explicou a jovem. Outra manifestação de força do governo chinês aconteceu em Xiaoshan, durante uma manifestação contra a demolição de um lugar de culto, onde foram feridos vinte católicos e presos outros cinco. Ainda na China, dezenas de fiéis da Igreja protestante foram presos em Hangzhou, cidade oriental, por terem começado a construir um templo. Embora o Partido Comunista Chinês se declare oficialmente ateu, a Constituição chinesa permite a existência de cinco Igrejas oficiais (Associações Patrióticas), entre elas a Católica, que tem 5,2 milhões de fiéis. Segundo fontes do Vaticano, a Igreja Católica “clandestina” conta mais de 8 milhões de fiéis.