Bento XVI discute desafios pastorais com o clero das dioceses de Belluno-Feltre e de Treviso Alguns dos mais importantes desafios pastorais da Igreja foram discutidos ontem por Bento XVI numa sessão de perguntas e respostas com 400 sacerdotes das dioceses de Belluno-Feltre e de Treviso, no Norte de Itália. Um encontro onde se falou de Deus, da Igreja, da humanidade de hoje e também do facto que “a Igreja somos nós próprios e que neste caminho todos devemos colaborar”, assim se dirigiu Bento XVI, aos fiéis de Auronzo di Cadore, no Nordeste de Itália, que estavam no átrio da igreja de Santa Justina. Durante o encontro, que se desenrolou de forma dialogada, foram apresentadas ao Papa dez perguntas centradas na formação de uma consciência moral sobretudo nos jovens, no ministério sacerdotal e na reorganização da vida pastoral, também à luz da falta de sacerdotes. A evangelização em terras de emigração, como a região italiana do Veneto e o dialogo com populações de diferentes credos religiosos foram também temas abordados, havendo ainda espaço para a pastoral dos divorciados e dos que se casam de novo, terminando sobre a actuação do Concílio. Bento XVI foi recebido pelo bispo de Belluno-Feltre, D. Giuseppe Andrich, pelo bispo de Treviso, D. Andrea Bruno Mazzocato, pelo autarca de Auronzo, Bruno Zandegiacomo. O Papa foi aclamado por uma multidão de fiéis que o aguardava e recebeu flores amarelas de um grupo formado por 20 crianças. Dentro da igreja Santa Justina Mártir, cerca de 400 sacerdotes esperavam pelo Papa. Foi um encontro fraterno e afectuoso há muito esperado, caracterizado por uma troca de perguntas e respostas entre os sacerdotes e o papa, que durou cerca de duas horas. O director da Sala de Imprensa da Santa Sé, o Pe. Federico Lombardi, disse que o encontro foi pautado por um “clima de grande alegria e atenção. O papa respondeu com clareza e rapidez a todas as perguntas que lhe foram feitas”. Sobre a questão “sempre delicada que afecta muitos divorciados que voltam a casar”, o Pe. Lombardi explicou que o Papa indicou a necessidade de “conciliar misericórdia e verdade” Outros temas do diálogo foram a fidelidade ao Concílio Vaticano II e a seu espírito, o desafio da formação dos jovens e de sua consciência moral, os problemas da vida sacerdotal, as prioridades do ministério na situação actual. “A essência do cristianismo não pode ser considerada simplesmente como um conjunto de dogmas” referiu o Pe. Lombardi, recordando as palavras do Papa. A melhor maneira de testemunhar Deus aos homens consiste em anunciá-lo na vida de todos os dias, “com amor, fé e esperança”. A religião católica deve ser vivida “com os pés na terra e os olhos dirigidos ao céu”, recordou. Portanto, uma boa pastoral “ajuda a ver a beleza de todos os dons”, declarou e os católicos, “devem ser homens que receberam e reconheceram que a luz de Deus dá sentido e esplendor ao mundo inteiro. E, portanto, dá sentido à vida”. Na saída do encontro, o Papa confessou que este período “belíssimo” de férias na terra dos Montes Dolomitas foi de descanso “não só para o coração, mas também para a alma”. “Não só respirei este ar mas também o ar de amizade e de cordialidade pelo qual me sinto profundamente agradecido”, reconheceu. Após a visita a Auronzo, o Papa regressou à casa de Lorenzago di Cadore, onde vai permanecer até à próxima sexta-feira, dia 27. Com Agências