Nobel da Paz fortalece Europa instável

Igreja Católica portuguesa saúda prémio atribuído à União Europeia e aponta para a necessidade de «vencer» o desafio da «austeridade»

Lisboa, 12 out 2012 (Ecclesia) – A Igreja Católica portuguesa considera que a atribuição do prémio nobel da paz à União Europeia (UE), hoje anunciada pela Academia Real Sueca, vai dar novo alento a um projeto ameaçado pela instabilidade económica e social.

Em declarações prestadas à Agência ECCLESIA, D. António Marto, delegado da Conferência Episcopal Portuguesa na Comissão dos Episcopados da Comunidade Europeia, sublinha a importância do galardão enquanto “reconhecimento do valor da UE e do seu sentido para a construção da paz entre os povos” 

Para aquele responsável, esta ocasião deve servir como “chamamento e incentivo a todos os cidadãos do continente, de modo particular aos seus líderes”, para que “sejam dignos deste projeto e o levem para a frente, numa altura em que ele é abalado nos seus fundamentos e ameaça cair em ruínas”.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima olha ainda para o prémio nobel como um desafio “aos cristãos e às Igrejas da Europa”, para que tenham “um empenho acrescido” na defesa dos valores que estiveram por trás da criação da comunidade europeia.

Um repto acompanhado por D. António Francisco dos Santos, à margem do Comité do Ensino Europeu Católico, a decorrer no Turcifal (Lisboa), que aponta para a necessidade de “vencer” os “problemas” causados pela “austeridade” e pela “tirania do medo que aflige e inquieta” as pessoas.

“Este prémio diz que foi longo o caminho percorrido mas são grandes os desafios e temos de ser capazes de nos confrontarmos com eles, é oportunidade para fazermos melhor”, sublinha o bispo de Aveiro.

O Comité do Prémio Nobel justifica a atribuição do galardão à UE pelo seu “contributo, há mais de seis décadas, para o avanço da paz e da reconciliação, da democracia e dos direitos humanos na Europa”.

Concebida a seguir à Segunda Guerra Mundial, para evitar o surgimento de novos conflitos na região, a Comunidade Europeia veio dar a “estabilidade” necessária para a construção de uma nova era, salienta o júri da Academia.

Os prémios Nobel foram criados em 1895 pelo químico e engenheiro sueco Alfred Nobel, começaram a ser atribuídos seis anos depois e envolvem hoje áreas como a medicina, economia, literatura e física.

No que diz respeito ao Nobel da Paz, ele foi implementado como forma de distinguir contributos significativos a favor da “união entre nações, da abolição ou redução de exércitos e da promoção da paz”.

JCP

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