Várias “graças” que poderiam ser milagres são estudadas pelo tribunal rogatório que prepara a beatificação de João Paulo II, disse este Sábado o Pe. Slawomir Oder, o postulador da Causa de Canonização. “Recebemos dezenas de sinais por parte de pessoas tocadas pela graça.” Algumas destas graças são de tal modo sérias que poderiam ser estudadas “para ver se é conveniente falar de milagres”, referiu em conferência de imprensa na conclusão dos trabalhos do tribunal na Polónia. Inaugurado em Novembro, em Cracóvia, este tribunal desempenha um papel de auxiliar ao de Roma, que é responsável pelo conjunto de audições relativas ao processo de beatificação do papa falecido há um ano. “Os sinais chegam de todos os continentes”, disse o Pe. Oder, recordando que o Código de Direito Canónico exige a existência de dois milagres, ou seja, um para a beatificação, outro para a canonização. Mas “o eventual estudo de novos milagres não deverá fazer prolongar o processo de beatificação”, salientou ainda Pe. Slawomir Oder sem apontar uma possível data para o fim do processo. O postulador da causa de canonização e beatificação de João Paulo II já alertou, várias vezes, para a necessidade de ter paciência relativamente a um processo bastante complexo, dado o grande volume de documentação envolvido. A instrução diocesana, em que actualmente se encontra o processo, serviu para interrogar testemunhas em Roma e em Cracóvia, mas o tribunal ainda se irá deslocar a outras partes do mundo para recolher depoimentos de Cardeais, Bispos e chefes de Estado que conheceram o Papa polaco. O processo de beatificação de João Paulo II começou oficialmente a 28 de Junho de 2005, por decisão de Bento XVI, dispensando o período de espera de cinco anos após a morte, como estabelece o Código de Direito Canónico. Neste processo são conhecidos dois possíveis milagres: o postulador da Causa de Canonização de João Paulo II já tinha revelado alguns detalhes sobre um possível milagre atribuído à intercessão do Papa polaco que relaciona-se com a cura de uma religiosa francesa, afectada pela doença de Parkinson, “exactamente dois meses após a morte do Papa, de um momento para o outro”. O outro relatado recentemente refere-se a um homem que sofria de uma doença hepática incurável, o qual assegura ter-se curado graças à intervenção de João Paulo II.