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Na comemoração do Dia da Mãe, a Ecclesia visitou a Ajuda de Berço, instituição que acolhe bebés e crianças desprotegidos, no Patriarcado de Lisboa.
Ali, na casa de Monsanto, onde vivem atualmente 20 crianças, o ambiente é familiar, os risos e as brincadeiras enchem a casa… A equipa e as voluntárias dão colo e afeto mas não substituem as mães daquelas crianças.
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“A Ajuda de Berço é o colo que segura os bebés, os que não podem estar junto das suas mães e são quase 400 crianças que, por algum motivo as mães não conseguiram ser nalgum momento”, diz Sandra Anastácio em declarações à Ecclesia.
É desta forma simples que a diretora e fundadora da Ajuda de Berço resume estes 20 anos de existência em que foi possível ainda “recuperar mães, pais, avós e tios” e a maior parte das “crianças voltar para as famílias”.
“Uma mãe quando não consegue ser mãe tem de ter algum problema de saúde. Saúde mental, psicológica, de adições, quadro de violência doméstica, não estando disponível para se entregar a um amor incondicional”, explica.
A instituição trabalha em parceria e articulação com outras instituições que ajudam a reeguer mães e pais, e respetivas famílias para ser depois possível recuperar o amor.
“O amor que ficou num cantinho e depois abrir esta casa às mães para que aprendam a dar colo, a olhar para as crianças”, refere Sandra Anastácio.
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“Uma mãe vinha visitar as filhas e, na sala de visitas, havia coisas para desenhos, para que haja interação. As crianças queriam estar com a mãe mas aquela mãe desenhava… Ora é uma mãe que não teve tempo para ser filha, não foi amada e por isso não podia dar o que não tinha.. Teve de aprender a cuidar e a ser mãe”
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A Ajuda de Berço abriu portas há 20 anos para acolher, preferencialmente, bebés dos zero aos dois anos mas a realidade atual trouxe outras exigências e agora trouxe o desafio de acolher crianças mais velhas.
“Como casa que pretende estar ao serviço temos de nos adaptar às novas realidades e há muitas crianças que chegam entre os três e os 14 anos a necessitar de acolhimento… É um desafio muito diferente, dar biberons e dar colo e agora há crianças que fazem questões e são quase do nosso tamanho…”, afirma a diretora.
“Uma cuidadora não é uma mãe e uma mãe pode não ser uma cuidadora”, acrescenta.
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“Uma criança de dez anos que atualmente é muito bom aluno e veio-me contar todo orgulhoso. Elogiei-o e afirmei como era bom ter aquelas notas. E ele disse-me: “sou bom porque trabalham aqui pessoas muito boas”… Estas pessoas que aqui trabalham não são muito boas, como ele diz, mas estão disponíveis para darem colo e ajudar a crescer, a exercer uma maternidade que não é a sua”.
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Naquela casa de Monsanto, onde esteve a reportagem da Ecclesia, a equipa de cuidadoras é “rigorosamente” feminina, funcionando em três turnos fixos de cinco pessoas, que as crianças “reconhecem como uma família”. A imagem da paternidade é muitas vezes assumida pelos voluntários homens, pelos motoristas e pelo capelão da casa, o Frei Filipe.
Quando Sandra Anastácio fundou a Ajuda de Berço coincidiu com a sua própria maternidade e a gestão da instituição tem afetado a forma de ser mãe, não sendo as cuidadoras substitutas das mães.
“Ninguém é mãe de substituição, somos cuidadoras e cuidar é uma grande responsabilidade – ter muito amor e muito afeto e isto basta-nos – damos colo enquanto aquela, a única mãe, não o pode fazer… haverá a mãe que chega para a abraçar, biológica ou adotiva”, sustenta Sandra Anastácio.
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“Tocou-me quando eu ainda dava de mamar a uma das minhas filhas e havia aqui uma criança que não comia. Eu permiti amamentar algumas vezes aquela criança”.
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“Comove-me quando chega aqui um bebé com poucos dias de vida, e não pode estar com o cheiro e a voz da mãe e é assaltada por um ‘batalhão de cuidadoras’… ou quando entra aqui com a polícia um miúdo de dez anos, a deixar para trás os pais, a família, porque, independentemente de todas as realidades, aquela era a família que a criança conhecia, que confiava e amava, era ali que ela queria estar, ao colo daquela mãe…”, confessa enquanto as lágrimas teimam em cair.
Apesar de adorar estar com as crianças Sandra diz, gracejando, que “não é para brincadeiras” e confessa que ela é a pessoa com quem eles conversam… porque apesar de não ter tempo para brincar é a referência que têm, a diretora, mas quer sempre que a vejam como a sua maior amiga.
Sandra Anastácio olha para aquelas crianças e entende que naquela casa o “sofrimento e a alegria parecem dar as mãos” e acredita que é nesta gestão das duas emoções que dá saúde mental.
“O problema da humanidade de hoje é que está tudo bem, se tem marido, casa, saúde, mas quando algo corre mal, já não sabemos lidar com essa frustração.
Entrou há dias aqui um bebé com 20 dias, independentemente da realidade o colo que o acolheu, decerto que houve ali uma transformação”, afirma.
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“Não somos, não queremos ser nem pretendemos ser a mãe… A verdadeira mãe para eles é a melhor… Não há más mães, eles reconhecem a sua mãe”.
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Na cozinha para os fazer felizes
É na cozinha que Clotilde Martins passa a maior parte do tempo de trabalho na ajuda de Berço, onde chegou há nove anos depois de ter caído no desemprego. Aquele lugar transformou-a e sente que é muito mais que um local de trabalho. Ali, entre tachos e panelas, consegue realizar desejos e colmatar apetites de crianças com todos os sonhos do mundo.
“Gostam de escolher as ementas deles, querem sempre batata frita, hambúrguer e pizza e eu tenho de saber gerir a situação”, conta entre risos.
Já os dias de peixe são horríveis e no dia a seguir Clotilde tem reclamações na porta da cozinha, que recebe com toda a simpatia.
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“Eles sabem que o meu posto é na cozinha, batem à porta ou espreitam mesmo para me falar, antes do pequeno almoço estão todos para me dar um abraço”
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Clotilde Martins é mãe de dois filhos na casa dos 20 anos e ali abre os braços a muitos filhos mais pequenos… é uma peça chave na organização da casa, tornou-se a mãe, a tia ou até a avó destas crianças…
“As minhas colegas até dizem que eu estrago os miúdos com tantos mimos…” conta a rir.
Os risos e as conversas das crianças enchem a casa… da ajuda de berço em Monsanto. Vivem 20 crianças que trazem histórias e realidades de vida muito diferentes. Uma coisa as une o desejo de serem cuidadas e amadas.
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“Recebi um bebé de dias no meu colo, ali colocado pela psicóloga. Dei bebierão, troquei fraldinha e vesti aquele bebé. Ficou a dormir mas depois faz-me pensar como é que pode… ser tão pequenina e estar ali”
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Clotilde Martins leva muitas questões para casa, conversa com os filhos e sente que é sempre uma aprendizagem a cada dia. Quando é avisada que alguma criança vai sair fica logo em choque.
“Quando se vão embora é um vazio, ficam as roupas, as coisas, é horrível… é difícil não nos prendermos às crianças, eles são todos nossos!”, diz de lágrimas nos olhos.
Sabendo que saem da Ajuda de berço para irem para uma vida melhor mas na altura que vã é difícil de gerir a situação para Clotilde que, entre tachos e panelas, vai fazendo as delícias dos mais pequenos e agora dá muito mais valor ao seu trabalho e àquela casa.
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Do sonho de ser mãe a voluntária
Ana Maria Gonçalves é uma de muitas voluntárias que dão o seu tempo ao serviço naquela casa, a dar colo àquelas crianças. Chega e veste uma bata aos quadradinhos vermelhos, identifica a voluntária que teve o sonho de ser mãe.
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“Tive o sonho de ser mãe, gostaria de ter sido mãe e não fui e já me têm dito que foi por isso que vim parar aqui à Ajuda de Berço”.
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Na visita da Ecclesia a voluntária, de 67 anos, encontrava-se sentada numa mesa a agrupar pares de meias das crianças e são muitas as crianças que já conheceu e agora, no seu íntimo se vai lembrando e desejando o melhor.
“Lembro-me muito delas, pergunto por elas, mas não é possível saber… Às vezes interrogo-me se estarão bem, o que farão da vida delas, como estarão hoje na vida de adolescentes, se continuarão bonitas como partiram…São muitos pontos de interrogação”, confessa.
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“Sinto estes anos como retribuição mútua… Algumas crianças deixam saudades e eu não me esqueço, pelos olhares, pela atenção connosco”
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O sonho de ser mãe foi adiado na vida de Ana Maria Gonçalves mas, naquela tarde por semana, sente a maternidade de forma diferente. Das tarefas mais simples, à ajuda na cozinha, à brincadeira e aos mimos que distribui o tempo passa depressa na Ajuda de Berço.
“Vejo aqui crianças muito fortes, carentes de afeto e de colo, de muita atenção mas ensinam-me muito. Eu saio daqui mais forte e com a certeza de conseguir superar os obstáculos que temos na vida de adultos”, refere Ana Maria.
Um berço em forma de casa que se enche de sorrisos e afetos graças às cuidadoras, equipa técnica e voluntárias. A Ajuda de Berço também a ajudar a ver a maternidade de um prisma diferente.
Este tema da maternidade é mote para os programas de rádio Ecclesia, na Antena 1 da rádio pública, nos próximos dia 6 a 10 de maio pelas 22:45h.
Texto e fotos: Sónia Neves
Edição: Manuel Costa
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