Pelo menos 219 raparigas permanecem em parte incerta depois de terem sido levadas pelo grupo terrorista islâmico
Lisboa, 13 abr 2016 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Nigéria lançou um apelo à oração pelas centenas de jovens que, no seu país, continuam com paradeiro incerto desde que foram raptadas pelo Boko Haram há cerca de dois anos.
Em entrevista à Fundação Ajuda a Igreja que Sofre, D. Ignatius Kaigama pede que todos os cristãos do mundo “dediquem um minuto de oração” pelas 219 raparigas que ainda estarão nas mãos do grupo fundamentalista islâmico.
Um grupo que, recorda o prelado, “viola, tortura” e submete os seus prisioneiros “à fome, ao isolamento, ao casamento forçado e à conversão ao islão”.
As jovens em questão eram alunas de uma escola secundária em Chibok, no Estado nigeriano de Borno, quando foram raptadas na sequência de um ataque dos terroristas.
Na altura, foram levadas à força 276 alunas mas entretanto, “pelo menos 57 destas meninas conseguiram escapar, tendo havido, desde então, alguns relatos não confirmados de outras fugas”.
“Ninguém sabe ao certo quantas destas crianças e adolescentes estarão ainda nas mãos do grupo terrorista, que já avançou com “um pedido de resgate de 50 milhões de euros pela sua libertação”, adianta a AIS.
O Boko Haram está há vários anos apostado em instaurar um califado no norte da Nigéria, num território maioritariamente habitado por cristãos.
Os ataques às comunidades locais têm sido constantes, bem como o sequestro de crianças e jovens para integrarem a sua causa, com “mais de dois mil” raptos registados “desde 2014”.
As raparigas são sobretudo “usadas como escravas sexuais e cozinheiras”, enquanto os rapazes são treinados como “soldados e bombistas suicidas”.
Só no último ano “houve um aumento exponencial, de cerca de 11 vezes, de atentados suicidas realizados por crianças, a mando do Boko Haram”, adianta um relatório das Nações Unidas.
JCP