Nigéria: Igreja Católica critica falta de uma «estratégia credível» contra o Boko Haram

«Talvez os nossos políticos estejam muito ocupados a prepararem a próxima campanha eleitoral», aponta o presidente da conferência episcopal

Abuja, 11 nov 2014 (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal da Nigéria diz que é tempo do poder político no país se unir contra o clima de terror imposto pelos radicais islâmicos do Boko Haram.

Em declarações veiculadas pela Agência Fides, D. Ignatius Kaigama aponta para a falta de uma “estratégia credível” que impeça o grupo armado de continuar a espalhar a violência e a morte entre a população nigeriana.

“Talvez os nossos políticos estejam muito ocupados a prepararem a próxima campanha eleitoral. Chegou a hora de colocar interesses mesquinhos de lado e olhar para o interesse da nação”, exorta o arcebispo de Jos.

Na última segunda-feira, uma explosão numa escola pública em Potiskum, no Estado de Yobe, nordeste do país, causou “pelo menos 78 mortos e 45 feridos”.

As autoridades acreditam que na origem desta tragédia esteve um bombista suicida ligado ao Boko Haram.

Para D. Ignatius Kaigama, líder dos bispos católicos da Nigéria, “é muito preocupante” constatar que apesar do “forte posicionamento de forças militares” na região, o Boko Haram “continua a avançar” nos seus propósitos.

O grupo terrorista está ativo desde 2009 e já causou a morte a cerca de 10 mil pessoas.

“À semelhança do que o Estado Islâmico está a fazer” no Iraque e na Síria, os seus membros pretendem instaurar à força um “califado nas regiões que controlam no norte e nordeste da Nigéria”, recorda a Fundação Ajuda a Igreja que Sofre.

Nos últimos meses, têm-se sucedido os ataques a cristãos e às restantes minorias étnicas e religiosas presentes naquela nação, maioritariamente muçulmana.

Na mente dos terroristas, acrescenta a organização católica, está também a intenção de “acabar” com a “educação ocidental” dada nas escolas, que dizem ser “pecado”.

Desde abril, o Boko Haram mantem em cativeiro mais de duzentas adolescentes raptadas de uma escola de Chibok, no nordeste da Nigéria.

FIDES/AIS/JCP

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