Nigéria: Ataques a cristãos matam 14 pessoas

Arcebispo diz que a situação é «grave» e pede intervenção governamental

Lisboa, 12 mar 2012 (Ecclesia) – Um atentado suicida cometido este domingo contra uma igreja católica em Jos matou pelo menos 11 pessoas e hoje, segundo a Rádio Vaticano, registaram-se três homicídios de cristãos na mesma cidade nigeriana.

O arcebispo local, D. Ignatius Kaigama, sublinha que a situação é “grave” e diz que “o Governo tem de fazer alguma coisa, encontrar uma solução para pôr fim, de forma definitiva, nesta situação”.

“Entre muçulmanos e cristãos há sempre tensão”, admite, convidandos os responsáveis das duas religiões a combater o “fanatismo”.

O ataque de domingo, que feriu mais de duas dezenas de pessoas, ocorreu pouco depois do início da missa, quando dois suicidas lançaram um veículo com explosivos contra a porta da igreja de Saint Finbar, refere hoje o site da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

O pároco, padre Peter Umorem, afirmou que um dos mortos é uma criança, membro de um grupo de escuteiros que estava junto à entrada da igreja no momento do ataque.

“Eu estava no altar quando ouvi uma forte explosão. De repente as coisas começaram a cair e ficou um pandemónio”, contou aos jornalistas.

O presidente da Nigéria, Goodluck Jonathan, condenou o atentado em Jos, 300 km a nordeste de Abuja, e pediu à população para não responder com “ataques de represália”.

A agressão não foi reivindicada mas as autoridades suspeitam do grupo Boko Haram, defensor da instauração da “sharia”, a lei islâmica, que nos últimos meses cometeu vários ataques contra espaços cristãos.

A AIS está a promover uma campanha de sensibilização da opinião pública para a violência contra os cristãos na Nigéria, que nos últimos quatro anos causou mais de 10 mil mortos.

Os atentados destruíram e danificaram cerca de 300 igrejas e levaram 250 mil pessoas a abandonar as suas casas e famílias, refere o site da organização católica.

AIS/RJM/OC

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