Nicarágua: Conferências Episcopais manifestam solidariedade a bispo impedido de deixar Paço Episcopal

D. Rolando José Álvarez Lagos está retido pelas autoridades policiais

Foto: Vatican Media

Lisboa, 08 ago 2022 (Ecclesia) – Conferências Episcopais e responsáveis católicos de vários países manifestaram a sua solidariedade ao bispo da Diocese de Matagalpa, norte da Nicarágua, detido desde quinta-feira passada no Paço Episcopal, juntamente com seis sacerdotes e seis leigos.

O edifício está cercado por forças especiais da polícia e a Justiça da Nicarágua acusa o responsável católico de difundir um “sentimento de violência” contra o Governo de Daniel Ortega.

A Conferência Episcopal local manifestou a sua “fraternidade, amizade e comunhão episcopal”, perante esta situação.

Os episcopados do México, Costa Rica e Bolívia também manifestaram a sua solidariedade, pedindo a todas as partes que promovam o diálogo e a paz.

O presidente Ortega qualificou como “terroristas” os bispos da Nicarágua que atuaram como mediadores no processo que procurava uma solução pacífica para a crise que o país vive desde abril de 2018, recorda o portal de notícias do Vaticano.

O Conselho Episcopal Latino-Americano reagiu, em comunicado, ao agravamento das relações Igreja-Estado no país.

“Os últimos acontecimentos, como a intimidação a sacerdotes e bispos, a expulsão de membros de comunidades religiosas, a profanação de templos e o encerramento de estações de rádio magoam-nos profundamente. Manifestamos s a nossa solidariedade e proximidade”, lê-se na nota, divulgada online.

Em julho, as Missionárias da Caridade, congregação fundada por Santa Teresa de Calcutá, deixaram a Nicarágua, na sequência de uma ordem de expulsão do regime.

Daniel Ortega acusou as religiosas de não respeitar as leis contra o Financiamento do Terrorismo e da Proliferação de Armas de Destruição em Massa, entre outras, já que obriga as ONG a fornecer informações sobre rendimentos em dinheiro ou donativos, nacionais e estrangeiros.

O núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) no país, D. Waldemar Stanislaw Sommertag, tinha sido expulso em março, numa decisão criticada pelo Vaticano.

OC

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