Nazismo e comunismo moldaram personalidade de João Paulo II

O Cardeal Stanislaw Dziwisz recordou o 30º aniversário da eleição de Karol Wojtyla A experiência directa de “dois totalitarismo – nazismo e comunismo – fê-lo particularmente sensível a tudo o que dizia respeito ao homem” – disse o Cardeal Stanislaw Dziwisz sobre João Paulo II. Na conferência proferida ontem (4 de Novembro) na Universidade Católica Portuguesa (UCP), o antigo secretário de João Paulo II realçou também que até ao fim da sua vida (2 de Abril de 2005), “Fátima foi um especial ponto de referência para ele: Fátima representava o mistério que se inscreveu no seu pontificado, especialmente no miraculoso salvamento depois do que aconteceu na Praça de S. Pedro a 13 de Maio de 1981”. No 30º aniversário da eleição de Karol Wojtyla para a cátedra pontifícia, o Cardeal Stanislaw Dziwisz sublinhou que a eleição de João Paulo II “foi um autêntico choque”. A universalidade da Igreja Católica estava a “assumir contornos que ninguém podia imaginar” porque “à cabeça da Igreja era colocado um pastor do nordeste da Europa, duma região dominada pelo sistema comunista ateu”. Ao recordar alguns episódios com João Paulo II, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo sublinha que quando Karol Wojtyla veio beatificar os Pastorinhos ao Santuário de Fátima, ocupou o lugar no helicóptero que não lhe estava reservado. “Queria ir voltado para o Santuário e olhou-o como quem se despede” – disse D. José Policarpo. Quando se deixou de ver o Santuário “tirou do bolso umas contas muitos usadas – pareciam as contas da minha avó – e começou a rezar o terço”. Depois de terminar a oração – perto da localidade da Azambuja -, o Patriarca de Lisboa perguntou-lhe se João Paulo II estava muito cansado? Este respondeu: “muito cansado, mas muito feliz”. João Paulo II “não tinha escrúpulos em manifestar os seus sentimentos”. Na conferência realizada no Auditório do Cardeal Medeiros na UCP, o Cardeal Stanislaw Dziwisz falou também aos presentes das paixões de João Paulo II: Jesus Cristo; Homem e a Igreja. Apesar destas paixões, o D. José Policarpo afirmou que João Paulo II tinha uma “grande sentido de humor”. E finaliza: “João Paulo II já não é um papa da Igreja, é um santo”.

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