Natal é a realização de uma Promessa

Mensagem de D. João Miranda Teixeira, Administrador Apostólico da Diocese do Porto O tempo de Natal é um tempo especial. A natureza dorme. Está a ganhar forças, no silêncio, para rebentar pujante lá para os inícios de Março. A Igreja, associando-se a este momento, celebra o Natal de Jesus, na esperança também de que, na próxima Primavera, possa celebrar a sua Ressurreição, quando se der o ressurgimento de toda a natureza. O Natal é a realização de uma Promessa que vem das origens e à qual foram sensíveis as tradições de muitos povos e, por excelência, do Povo Hebreu. O Messianismo faz parte das aspirações de muitos mais do que aqueles que se confessam crentes e cristãos: é comum a todos os povos. O Natal é, para os cristãos, o nascimento de Cristo e o ressurgimento de uma Esperança nova que há-de dar sentido à vida humana. Como crentes, temos de agradecer a Deus esta Vida que nasce e renasce e agradecer-Lhe principalmente porque mandou o seu Filho Unigénito a habitar no meio de nós. Ele veio para se revestir da condição humana e resgatá-la da cultura de morte que consta já dos tempos primordiais do paraíso perdido pelos nossos primeiros Pais. Assim o refere o Livro do Génesis. O Natal é acreditar que Jesus de Nazaré é o Filho de Deus feito homem para resgatar a humanidade do pecado e da morte eterna. O Natal é fraternidade. Mas a fraternidade não provém simplesmente de qualquer iniciativa ou esforço humano. Provém, isso sim, do facto de sermos filhos do mesmo Pai, mesmo que muitos o não reconheçam. Provém do facto de sermos irmãos d’Aquele que por nós homens e para nossa salvação desceu dos céus. Ele era a Vida e a vida era a luz dos homens e a luz brilha nas trevas, mas as trevas não a compreenderam (Prólogo de S. João). Jesus não foi bem recebido no seu tempo. Houve alguns entusiasmos, algum fervor messiânico. Mas este Jesus não pareceu, sobretudo às Autoridades religiosas de então, a figura do Messias que esperavam. Por isso O condenaram à morte. Mas Ele saiu do túmulo e apareceu aos seus, vivo e glorioso. O Natal desemboca na Páscoa. Se não houvera Páscoa depois do Natal, era vã a nossa fé. João Baptista anunciou a presença do Messias. E, repetindo Isaías, disse que era preciso aplanar os caminhos da sua vinda. Hoje o caminho de Belém está obstruído por muitos detritos de orgulho, vaidade, injustiça, ódios, violências e ofensas à vida. Volta a ser preciso limpar os caminhos que conduzem a Belém de Judá para lá ir reconhecer o Menino que nasceu e adorá-lo, como fizeram os Pastores e os Reis Magos. Nas presentes circunstâncias da diocese do Porto, de impedimento do seu Bispo, o nosso pensamento vai naturalmente para o Senhor D. Armindo, com uma prece a Deus para que ele recupere a saúde, com a ajuda preciosa dos Médicos e Enfermeiros que o têm acompanhado neste momento difícil da sua vida. Para todos os cristãos, homens e mulheres de Boa Vontade, os melhores votos de Feliz Natal e uma Ano de 2007 abençoado por Deus. D. João Miranda Teixeira, Administrador Apostólico da Diocese do Porto

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