Natal com menos pode ser «melhor»

Lisboa, 23 dez 2011 (Ecclesia) – O corte nos rendimentos de muitos trabalhadores portugueses e a crise económica que afeta o país vão fazer com que o Natal deste ano seja celebrado “com menos”, mas, para frei Fernando Ventura, podem tornar a festa “melhor”.

“O mundo, o país e cada um de nós, vive tempos de esperança e de mudança, em que o novo surge como a nova fronteira a conquistar, mas onde o medo e os medos teimam em formar barreira diante dos olhos”, escreve o religioso capuchinho no semanário Agência ECCLESIA.

Para Frei Fernando Ventura, coautor da obra ‘Do Eu Solitário ao Nós Solidário’, “hoje é tempo de Natal com menos, mas um Natal melhor”.

“Se calhar, a maior conquista do tempo do medo que passa, foi precisamente esta de nos ter tirado a capacidade de ousar levantar a cabeça, de ousar olhar para além do imediato do já”, alerta.

Num poema inédito que serve como editorial da Agência ECCLESIA, este Natal, o padre Tolentino Mendonça destaca o “momento em que por puro dom se nasce”.

“A Sua vinda testemunha o que não sabíamos ainda: a nossa frágil humanidade é narração da autobiografia de Deus”, pode ler-se.

Bernardino Silva, coordenador nacional da operação ‘10 Milhões de estrelas – um Gesto pela Paz’, da Caritas Portuguesa, assinala que nas últimas décadas “os efeitos da mudança contínua alteraram o rosto da humanidade, mudaram os valores das civilizações e traçaram um novo quadro para o sentido da vida, individual e coletiva”.

“Os cristãos não ficaram imunes a esta transformação, mudaram ao ritmo da sociedade, encontrando, em geral, a chave da interpretação da vida e da história, na mudança da sociedade, e não no Evangelho e na fé como fonte de uma compreensão global da existência”, observa.

Já Vanessa Furtado, da Fundação Fé e Cooperação (FEC), admite que exista uma “tendência para que as pessoas se retraiam e sejam mais comedidas a gastar, estando mais inclinadas para poupar num esforço de antecipação de um pior contexto económico em 2012”.

“No entanto, o agir segue o ser. E os portugueses não se inibirão com certeza de ajudar o próximo de acordo com as suas possibilidades”, declara, encarando com “otimismo e esperança” o atual cenário.

Neste sentido, a FEC espera que a sua campanha de Natal ‘Presentes Solidários’ ajude a “transformar os estilos de vida, os hábitos de consumo” e principalmente o “posicionamento face a um outro mundo mais vulnerável, reinventando, quem sabe, o próprio conceito da solidariedade”.

OC

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