D. José Policarpo destaca esforço feito no acolhimento destas comunidades num tempo em que é preciso «viver com menos»
Lisboa, 19 dez 2011 (Ecclesia) – O cardeal-patriarca de Lisboa presidiu este domingo à “festa de Natal” dos imigrantes da capital portuguesa, na catedral da cidade, sublinhando a necessidade de acolher estas populações, mesmo em tempo de crise.
“Sois para a Igreja de Lisboa um desafio a que nós tomemos consciência desta universalidade, sois nossos irmãos, e desde sempre vos acolhemos com essa ternura que é a própria ternura do filho de Deus”, disse D. José Policarpo, na homilia da celebração.
A iniciativa foi organizada pelo Departamento da Pastoral da Mobilidade do Patriarcado de Lisboa, com o objetivo de “juntar todas as comunidades de imigrantes residentes na diocese”, segundo informou ao Jornal ‘Voz da Verdade’ o diretor deste departamento, padre Delmar Barreiros.
“Desejo-vos muito, meus irmãos e irmãs, que o Natal seja um encontro com Ele [Deus] e um encontro mais profundo com todos nós que somos o seu povo e que somos o seu templo, porque se Deus habita em nós essa é a principal maneira e o principal caminho de o dar a conhecer a outros homens”, disse o cardeal-patriarca aos participantes na celebração.
À margem da missa, D. José Policarpo sublinhou o esforço de acolhimento feito pela igreja aos imigrantes, acrescentando que, neste contexto de crise, aprender a viver com menos “vai ser inevitável”.
“Vai ser necessário aprender a viver com menos. Se é fácil ou difícil, depende de cada um de nós. Agora, vai ser inevitável”, declarou à agência Lusa.
O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa admitiu o “fenómeno de regresso” de muitos imigrantes aos seus países, pedindo atenção “aos casos pessoais” de maior dificuldade.
Segundo o Anuário do Patriarcado, existem dez comunidades católicas estrangeiras na diocese – alemã, espanhola, francesa, inglesa, italiana, brasileira, polaca, grego católica ucraniana, africana e filipina – , a que se junta seis comunidades ortodoxas – búlgara, georgiana, grega, moldava, romena e russa.
OC