Natal: Bispo de Coimbra explica nascimento que cura «ruínas humanas»

D. Virgílio Antunes responde a questão que considera «central» no Natal

Coimbra, 26 dez 2014 (Ecclesia) – O bispo de Coimbra, na homilia do dia de Natal na Sé Nova, refletiu sobre o que considera ser a “questão central” que a celebração tão festiva propõe e destaca nascimento.

“Afinal para que serve o Natal? Afinal o que é que muda em nós?? Parece-me que esta é a questão central que esta celebração tão festiva no põe”, começou por destacar D. Virgílio Antunes  na Eucaristia desta quinta-feira.

O prelado de Coimbra revelou aos presentes que encontrou resposta “de algum modo” no texto da segunda leitura do profeta Isaías [Is 52,7-10], mais concretamente na expressão “alegrai-vos ruínas de Jerusalém” que tem uma abrangência “muito maior” do que a realidade visível, material “em que encontrava a própria cidade e as muralhas”.

“Tem um simbolismo muito maior, mais abrangente que tem a ver com tudo aquilo que somos, que são as ruínas humanas que existem em cada pessoa, sociedade, família e até na própria Igreja, como os sinais de destruição, de pecado, de incompreensão, de falta de paz, justiça”, desenvolveu.

“De tudo aquilo que quisermos fazer compreender a esta expressão”, acrescentou.

Na Missa do dia de Natal, na Sé Nova de Coimbra, D. Virgílio Antunes assinalou que neste tempo existe a tendência para pensar que Cristo veio para “refazer” as ruínas que existem “nos outros, na sociedade” e que às vezes são entendidas de uma forma “muito pouco concreta”.

Neste contexto, o prelado apresentou três exemplos, vividos por si, onde se percebe que “está uma parte dessas ruínas humanas que o Cristo do Natal veio salvar e alegrar”: A missa matinal do dia 25 na penitenciária; a passagem pela “cozinha económica”, no jantar do dia 24 de dezembro, e o contacto que teve com os doentes nos hospitais.

Na homilia, divulgada pela diocese, o bispo alertou que todos têm de “reconhecer” a necessidade da “alegria” que vem do Cristo do presépio, da Cruz, morto e ressuscitado para poderem “celebrar em profundidade” o Natal, a Páscoa, a própria “vida de crentes, de cristãos, a própria fé”.

“É preciso que se dramatismos mas com objetividade, aquela que é possível, possamos perceber que somos todos feitos da mesma massa”, disse D. Virgílio Antunes que assinalou o “desejo” que coexiste “de eternidade, de Deus, de realização, de céu”.

No dia de Natal, o prelado pensou em concreto nas famílias, e na necessidade de Cristo “exultar e alegrar” as ruínas “da própria casa, relações ou falta delas, compreensões ou incompreensões” e na sociedade em geral que precisa de Deus mas que tem “dificuldade de entrar por não ser acolhido, aceite, reconhecido”.

CB

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