D. José Cordeiro realçou necessidade de «relações solidárias e de proximidade», lembrando «rostos sofredores de tantas famílias»
Braga, 27 nov 2023 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga evocou, na Missa do Dia de Natal, as pessoas obrigadas a viver esta quadra “no sofrimento, na situação de guerra, na solidão, na ignorância, na pobreza, na depressão, no stress, no desemprego, na emigração e sem habitação”.
“A procura de Deus é também uma atenção ao outro, àquele Jesus que nasce às vezes como um ‘incómodo’ na nossa vida, mas quando a habita torna-a experiência de bondade e um lugar de comunhão e de paz. Natal é a habitação de Deus entre nós. Belém, casa do pão de esperança, quer dizer também: paz, habitação, educação, saúde”, defendeu D. José Cordeiro, na homilia da Eucaristia que presidiu no dia 25 de dezembro, informa a Arquidiocese de Braga.
Segundo o arcebispo, o Natal reforça a “capacidade de interpretar a imagem de Deus na realidade e de O ver nos rostos sofredores de tantas famílias, em muitos desempregados, pobres, doentes, migrantes, presos, vítimas de todo o tipo de abusos, mais sós, pessoas idosas”.
“Rezo, vejo e contacto diariamente com alguns irmãos e irmãs assim, especialmente nestes tempos desafiantes e tão exigentes. Aqueles que são a manifestação das chagas de Deus e da sua vulnerabilidade, mostram a necessidade de tecermos as relações solidárias e de proximidade”, assinalou D. José Cordeiro
O arcebispo desejou “um coração de carne na alegria da Esperança, Cristo Jesus, o Deus Menino” a todos os crentes e não crentes: “Deixa Deus habitar a tua casa e deixa-te olhar por Ele!”.
A primeira representação do nascimento de Jesus, há 800 anos, foi também lembrada, tendo D. José Cordeiro explicado que São Francisco de Assis sentiu “uma lacuna na representação do nascimento do Filho de Deus” e criou “uma imagem viva do Menino de Belém, feito de carne, de um olhar, de um gemido, de um sorriso”.
De acordo com a Arquidiocese de Braga, o arcebispo participou, no dia 24 de dezembro, num almoço de Natal dos sem-abrigo da cidade, numa iniciativa da delegação de Braga da Cruz Vermelha; mais tarde, celebrou a tradicional Missa do Galo, às 00h00, na Sé.
LJ/OC