«Não só vale a pena, como vale a alegria»

Ser Religiosa hoje, é uma grande sorte e até um privilégio, apesar de, humanamente, tudo parecer o contrário. Mas eu, não só o afirmo com plena convicção, como profundamente o agradeço. A tremenda crise de vocações e envelhecimento das comunidades, que muito nos faz sofrer, o (aparente?) desencanto de alguns religiosos, a feliz descoberta e valorização do lugar dos Leigos e do Voluntariado, a actual falta e/ou confusão de valores, o intuir que o nosso modelo de vida religiosa deve morrer, etc. etc., tem contribuído muito- penso que tudo!- para despertar em mim e em muitas Consagradas/os, um desejo muito sincero e insistente de procura, de busca, de escuta, de perguntar, até com alguma ansiedade, “onde estás Tu, Senhor”??? E como Deus nunca deixa sem resposta a quem O procura, eu sinto, com profunda alegria, que há já algumas, muito importantes. Experimenta-se, bem no fundo de nós, por exemplo, que a Vida Consagrada é uma vocação única para, em profunda alegria e desprendimento, se experimentar e expressar o Absoluto de Deus; para se proclamar a beleza e a força do amor com que se é capaz, contra toda a maré, dizer-se e viver-se um Sim definitivo e total; a liberdade e o fascínio, que se experimenta, por Jesus Cristo, único fundamento possível da nossa vida…E isto não são palavras, são experiências vitais, que te inundam duma indiscritível alegria! A juntar ao que acabo de descrever – sinceramente muita pena tenho por ver que o não soube fazer bem, mas…é tão difícil!!! – há, ainda, para mim, outras pequenas, grandes achegas, que muito me estão a ajudar a ter plena certeza de que a Vida Consagrada é imprescindível na Igreja e no nosso Mundo. Refiro-me por ex., aos numerosos grupos de Leigos que desejam e até exigem viver o Carisma das diferentes Congregações. No nosso caso os LEA= “ Leigos em Ascensão”. O Voluntariado Missionário que, também, com muita frequência, só pode realizar o seu sonho, devido às Comunidades que estão no terreno. O apreço e a dedicação gratuita de tantos Leigos, que tudo estão a fazer para “salvar” a Vida Consagrada, pois consideram-na essencial e imprescindível. Aqui, não posso deixar de mencionar, entre outros, os nossos grandes amigos Dr. Carlos Liz e o Eng. Roberto Carneiro, que tão criativa e gratuitamente, desenvolveram e apoiaram o Projecto “Viver para os outros”. Ou os amigos Dr. David Monteiro, o Arq. André Ataíde, o Dr. Rodrigo Ferraz e muitos outros, que foram incansáveis na concretização do Projecto Moçambizade, um gesto de Solidariedade a favor das vítimas da SIDA de Moçambique, com que quisemos encerrar os 90 anos da nossa Fundação, os 75 de presença em Portugal e os 50 da nossa chegada aquele País africano. Ainda neste capítulo, não quero deixar de partilhar que, para mim, a realidade actual do nosso mundo, com todas as sua contradições, mas também com todo o seu imenso e rico potencial, se converte num verdadeiro e muito feliz incentivo para pedir a Deus que nos ajude a descobrir a maneira como Ele quer e gosta que seja a Vida Consagrada neste começo do século XXI. Quero, ainda, justificar o porquê do título desta partilha, que é o título dum pequeno filme sobre S. Domingos de Gusmão. A escolha deve-se, ao facto, de eu me sentir verdadeiramente feliz por ser Missionária Dominicana do Rosário. Sou-o, só porque Deus o quis, pois quando entrei, pouco ou nada sabia sobre elas. Mas, sinceramente, melhor, não podia Deus ter escolhido para mim!!!. E não é só Domingos e a sua espiritualidade que me encantam. São também os Dominicanos Madre Ascensão Nicol (Beata) e o Bispo Ramón Zubieta, Fundadores da minha Congregação, que melhor testemunho de vida missionária e de opção pelos pobres não nos podiam ter deixado. Como não cantar a minha gratidão??? Se alguém quiser cantar comigo, um especial obrigado a Deus, fico muito feliz! Ir. Deolinda Rodrigues, Missionária Dominicana do Rosário

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