Não há «famílias alternativas»

Jornada Diocesana em Braga O sacerdote jesuíta Vasco Pinto de Magalhães defendeu sábado que não existem famílias alternativas. «Pode haver famílias doentes ou excepcionais, mas têm que ter conteúdo», disse o sacerdote, numa intervenção na IV Jornada Diocesana da Pastoral Familiar de Braga, que decorreu no auditório do Colégio D. Diogo de Sousa. Para ser família alternativa, o agregado «deixa de ser família», afirmou, apontando, isso sim, a possibilidade de existirem por exemplo famílias em crise. Segundo o também professor de Teologia, «pode haver agregados domésticos de outra natureza. Mas não são famílias». Em sua opinião, não existe a família do futebol e, mesmo quando se fala na família religiosa, o conceito é usado «por analogia». «A família é mais do que um somatório mãe/pai/filho. É uma interacção de vivências, espiritualidade, princípios, normas e crenças que brotam desse agregado em construção». Na abertura da Jornada, o Arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, referiu que a «formação de equipas arciprestais é uma prioridade» e disse esperar que o dia de ontem «traga consequências para as paróquias e arciprestados, para que, a partir de cada arciprestado, sejamos capazes de evangelizar as famílias». «Que esta Jornada seja um eco para as paróquias e arciprestados descobrirem a importância da Pastoral Familiar ». Em sua opinião «faz falta que uma ou outra comunidade paroquial e arciprestal “acordem”». Referindo que «as famílias são protagonistas da Pastoral Familiar», o Arcebispo de Braga disse que a Jornada «é um modo de preparar as famílias para elas desempenharem o seu papel». Baseando-se na Exortação Apostólica “Familiaris Consortio”, de João Paulo II, o Arcebispo de Braga disse que «são as famílias que constróem o futuro da humanidade». Segundo o prelado, «ninguém ignora que hoje há uma certa desorientação, também na vida familiar, que está invadida por um certo relativismo». «É um grande valor o de viver hoje em família. Viver em família para um crente significa o dever de anunciar em família. Ao pensar nos valores ligados à vida familiar estamos a educar para os valores». Conceição e José Maia, que também intervieram na Jornada, disseram que «a unidade e o amor na família atraem a presença de Jesus. Se na família existe esta base, os filhos nascem com estes valores, que se concretizam na arte de amar». Esta arte passa por «ser o primeiro a amar, amar a todos, saber perder e saber dialogar», disseram os elementos deste casal, ligados ao Movimento Famílias Novas, do Movimento dos Focolares. Ao adoptar esta postura, os elementos de um casal tornam-se «exemplo de vida, que é o primeiro ponto e a base da educação». Helena Guimarães, que moderou os trabalhos de ontem, afirmou que «os valores humanos e humanizantes » são «o melhor» que a família pode dar aos filhos. «Estaremos e seremos disponíveis agora contagiando os filhos com a nossa conduta».

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