Não ao mito da «guerra de religiões»

O ministro português dos Negócios Estrangeiros, Diogo Freitas do Amaral, encerrou ontem a Conferência sobre “Terrorismo e Relações Internacionais”, em Lisboa, sublinhando a ideia de que “não existe nenhuma guerra de religiões” actualmente no mundo. “Embora alguns líderes terroristas queiram justificar as suas acções com a existência de uma guerra de religiões, não há nenhum conflito religioso, não existe uma guerra de religiões”, disse. Freitas do Amaral citou uma passagem do Alcorão para demonstrar que o Islamismo é uma religião de tolerância. Definindo-o como o “princípio mais belo” que pode ser citado como fundamento de uma religião, explicou que o livro sagrado do Islamismo recomenda ao muçulmano que abrace os judeus e os cristãos que se cruzem no seu caminho. A conferência de dois dias trouxe a Lisboa vários especialistas internacionais de política, religião, relações internacionais e “media” para discutir vários assuntos em torno do terrorismo. Aquando da vaga de atentados no último verão, Bento XVI afirmou que os ataques terroristas não podem ser considerados como actos dirigidos “contra o Cristianismo”, procurando assim reafirmar a sua convicção de que não vivemos uma “guerra de religiões”. Num breve encontro com os jornalistas que o esperavam na localidade de Combes, onde passa as suas férias, o Papa explicou que a intenção dos atentados não é “anti-cristã”. “Parece-me que há uma intenção muito mais geral, não é especificamente contra o Cristianismo”, disse. O Papa mostrou-se convencido de que há no Islão “elementos que podem favorecer a paz”, exigindo que se encontrem elementos de diálogo com esta Religião. “Não quero etiquetar o Islão com grandes palavras genéricas, dado que há nele, certamente, elementos que podem favorecer a paz e também outros elementos: devemos sempre procurar os melhores”, apontou. A aposta no diálogo entre as três grandes religiões monoteístas, como forma de afastar a ideia de “choque de civilizações” ou guerra de religiões, tem sido uma aposta pessoal de Bento XVI. Redacção/Lusa

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