Myanmar: Igreja apela à abertura de um corredor humanitário para as populações deslocadas

«Eles são nossos cidadãos e têm o direito fundamental à alimentação e segurança», destacam bispos católicos

Lisboa, 15 jun 2021 (Ecclesia) – Os bispos de Myanmar apelaram à abertura de “um corredor humanitário” para ajudar as pessoas deslocadas e em fuga, após o golpe militar, assinalando que estes cidadãos “têm o direito fundamental à alimentação e segurança”.

“Suplicamos que seja permitido ao corredor humanitário alcançar as massas famintas onde quer que estejam. Eles são nossos cidadãos e têm o direito fundamental à alimentação e segurança”, lê-se na carta assinada pelo presidente da conferência episcopal, o cardeal Charles Bo, o secretário-geral, D. John Saw Yaw Han, e 11 bispos.

Na informação, divulgada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), os responsáveis religiosos católicos pedem aos militares para observarem as normas internacionais que reconhecem “igrejas, pagodes, mosteiros, mesquitas, templos, escolas e hospitais como locais neutros de refúgio durante um conflito”.

Na mesma altura, a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos alertou também para a escalada de violência neste país da Ásia, que é uma “catástrofe para os direitos humanos”.

“Os dirigentes militares são responsáveis por esta crise e devem prestar contas”, referiu Michelle Bachelet, calcula-se que há mais de 850 mortos, milhares de feridos, cerca de seis mil detidos e milhares também de pessoas em fuga.

Um golpe militar derrubou o Governo de Aung San Suu Kyi na antiga Birmânia, a 1 de fevereiro, acusando a comissão eleitoral do país de não ter posto cobro às “enormes irregularidades” que dizem ter existido nas legislativas de novembro.

As forças de segurança têm intensificado o uso de força para dispersar os manifestantes.

A fundação pontifícia AIS está a acompanhar a situação em Myanmar e o seu presidente executivo internacional realçou a importância da presença da Igreja junto das populações aflitas e a necessidade de apoiar-se o trabalho dos sacerdotes, das religiosas e dos catequistas.

“A Igreja está a demonstrar, tanto pelos seus apelos como ainda mais pelo seu trabalho, que como minoria neste país fará tudo o que for possível para promover a paz e o desenvolvimento da nação”, disse  Thomas Heine-Geldern, divulga o secretariado português da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre.

CB/OC

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