Música Sacra conquistou Baixo Alentejo

Festival «Terras sem Sombra», a concluir a sua quarta edição, já criou «hábitos culturais» e prepara-se para continuar A itinerância, a grande adesão do público capaz de criar hábitos culturais e as pontes que o diálogo intercultural cria foram as chaves do sucesso da quarta edição do Festival de Música Sacra “Terras sem Sombra”. Um balanço “francamente positivo” é a forma como José António Falcão, Director do Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja – DPHA de Beja, descreve o Festival que amanhã encerra. A quarta edição “cumpriu o seu programa de itinerância”, valorizando as igrejas históricas espalhadas pelas várias localidades da diocese de Beja. As casas cheias é outro sintoma do sucesso. O Director do DPHA de Beja dá conta de “igrejas enormes que encheram e mostram uma grande adesão do público”. A quarta edição do Festival conseguiu enraizar hábitos culturais. Ao publico fidelizado das comunidades locais junta-se “um conjunto de pessoas de acompanham a itinerância do Festival”. Pessoas vindas de Coimbra, Porto, Lisboa e até mesmo de Espanha sabem que entre Dezembro e Março a edição do “Terras sem Sombra” volta e ecoar. As comunidades locais registam “uma grande adesão”. José António Falcão aponta o povo alentejano como “um povo de cantares”, sintoma do gosto que têm pela música. Existe também um “grande interesse” pelo facto de ser possível realizar música sacra em igrejas com “óptimas condições acústicas”. O Festival mostrou repertórios “pensados para espaços, que nem sempre estão acessíveis ao público”. O fio condutor deste Festival, foi, desde o seu início, a possibilidade de partilhar monumentos religiosos recuperados ou em vias de recuperação e que têm uma “grande potencial neste campo”. A quarta edição do Festival imprimiu a tónica do ecumenismo e do diálogo intercultural. Recorde-se que 2008 é o Ano Europeu para o Diálogo Intercultural. José António Falcão explica que a organização partiu da matriz cultural do Mediterrâneo, onde se encontram aspectos comuns às três religiões – Cristianismo, Judaísmo e Islão. “As três realidades foram tratadas com respeito, dignidade e franco interesse dos ouvintes”, explica. O Director sublinha que romperam barreiras e mostraram que o fenómeno religioso e cultural “têm mais semelhanças entre as várias religiões do que poderíamos supor à primeira vista”. Foram muitos os momentos especiais durante a quarta edição do Festival. José António Falcão não esquece o concerto de clavicórdio, do professor Bernard Brauchli, na Igreja dos Prazeres, apontando este como um momento que “tocou o sublime”. E recomenda também o concerto do Coro Gulbenkian, com um repertório “especialmente pensado para esta ocasião”, encerra amanhã o Festival. «Vésperas» vai apresentar músicas dos séculos XVI a XVIII dedicadas ao culto de Nossa Senhora. A quinta edição do Festival de Música Sacra “Terras sem Sombra” está já em preparação, mas José António Falcão prefere não adiantar ainda informações “enquanto o repertório não estiver fechado”.

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