Mundo da economia seria melhor seguindo a Doutrina Social da Igreja

Bispo de Viana apela aos leigos no final das Jornadas Teotonianas

O padre Domingos Lourenço Vieira defendeu, no encerramento das XXI Jornadas Teotonianas, que o mundo da finança se integrasse alguns dos ensinamentos da Igreja, do seu pensamento social, que coloca o homem no centro de toda a actividade, poderia ter encontrado outro rumo que o tivesse desviado da presente crise.

Este sacerdote da diocese de Viana, pároco de Afife, começou por sublinhar que o pensamento social da Igreja é sempre «uma resposta a questões concretas» e que o manancial de doutrina, que não apenas o proveniente do magistério Pontifício, soube ao longo dos tempos «acolher» os ensinamentos próprios das ciências da economia integrando-os na sua doutrina dando-lhes uma nova contextualização, muitas vezes transformando-os em nova teorias.

A Igreja, desde logo, à ordem económica assinala que também esta tem uma «dimensão ética», aliás, sublinhada na visão dos teorizadores mais clássicos. Por outro lado, face a esta crise muitos há que reclamam um retorno de uma ética ou da responsabilidade social do mundo da finança, dos mercados às empresas.

A Doutrina Social da Igreja, ao longo da sua evolução com a mudança das condições da vida económica, nunca deixou de indicar o «bem comum» da sociedade como o grande objectivo, materializado num «desenvolvimento integral do homem e de todo o homem».

Este pensamento, com a incorporação dos conceitos económicos, foi respondendo às mudanças profundas da paisagem económica procurando evidenciar um caminho que tenha sempre em conta o primado do ser e tornando-se muitas vezes «pioneiro» como no caso da responsabilidade social das empresas. Este corpo de doutrina diz sempre «o que é conforme à dignidade humana», seja quando se refere aos mercados financeiros, à propriedade privada, ao lucro ou mesmo às escolhas responsáveis que devem ser feitas pelos consumidores.

Para Domingos Lourenço Vieira o actual mundo económico muito teria a ganhar se estudasse e incorporasse na sua “praxis” conceitos como a ecologia humana e o novo ambiente gerado a partir da família ou as estruturas de pecado para que «à luz da ética» pudesse fazer «uma reflexão técnica» que pudesse redundar numa «nova responsabilidade social».

No encerramento destas Jornadas, que no contexto do concelho de Monção, são um marco cultural, o Bispo da Diocese, D. José Pedreira, disse que uma das conclusões fundamentais é que «os cristãos não podem ficar na sacristia» tendo apelado aos leigos um redobrado empenho na sua formação para que, ao jeito de fermento, possam intervir nestas questões sociais, particularmente em tempos de crise como os que se vivem actualmente.

Paulo Gomes

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