É preciso ir mais além do que o «lamento pessimista», diz D. António Vitalino
Beja, 08 set 2014 (Ecclesia) – O bispo de Beja sublinha na sua habitual nota da semana a necessidade dos cristãos se converterem em “sentinelas da paz” perante conflitos como os que afetam o Médio Oriente e a Terra Santa.
No texto, enviado à Agência ECCLESIA, D. António Vitalino admite que a “inutilidade” que tem marcado os “esforços e tentativas da Igreja e das organizações internacionais” em torno da paz está muitas vezes relacionada com a incapacidade de intervir verdadeiramente nas “causas dos conflitos”.
“Muitas vezes ficamos no lamento pessimista de que tudo anda mal. Vemos o argueiro na vista dos outros, julgando-os precipitadamente e estamos cegos para as imensas possibilidades de nos convertermos em profetas da esperança, do amor, da justiça e da paz”, realça o prelado.
O bispo de Beja dá como exemplo a ação da Comunidade de Santo Egídio, um movimento de leigos católicos recentemente distinguido pela Fundação Calouste Gulbenkian pelos seus esforços em favor da paz e da defesa dos mais desprotegidos, presente em cerca de 70 países.
“Divulgando os valores e princípios de um novo humanismo, esta comunidade acredita que a paz é possível. Aqui está uma maneira de ser sentinela da paz e da reconciliação entre os povos”, aponta o responsável católico.
Na sequência da implementação na Diocese de Beja de um projeto de formação de leigos “para a missão da Igreja”, D. António Vitalino sublinha também a importância de preparar agentes que sejam “sentinelas e promotores de comunidades que se empenham na reconciliação das pessoas, das famílias e da sociedade”.
Para o bispo, a Igreja Católica tem de ser “criativa na formação e ação dos seus colaboradores” e disponibilizar mais “tempo” para a “qualificação” dos seus agentes pastorais.
Apesar de nem sempre saltarem logo à vista “os meios mais adequados” para concretizar esta tarefa, “desistir é pecado”, frisa D. António Vitalino.
JCP