Mulheres católicas na I República

O terceiro número da Edição Digital da Agência ECCLESIA para o Centenário da República é dedicado ao papel das mulheres, em especial as católicas, neste período.

Esta publicação é um projecto editorial que, ao longo deste ano de 2010, oferece aos leitores 10 números com informação relativa ao Centenário da República. Artigos de opinião, notícias e acontecimentos em agenda são conteúdos que se disponibilizam nesta edição digital.

Todos estão relacionados com o Centenário da República: porque apresentam os acontecimentos ocorridos há 100 anos ou porque relatam iniciativas que hoje os assinalam.

O debate em torno da liberdade e o seu exercício merecem, nesta edição, a análise de D. Manuel Clemente, Bispo do Porto.

Em cada número, é publicada também uma entrevista a investigadores da temática da República de 1910. Desta feita, Maria Lúcia Brito e Moura analisa o papel das mulheres católicas na I República.

Para a históriadora, a sua acção é particularmente visível na resistência a determinadas medidas e, sobretudo, à execução da Lei da Separação (Abril de 1911).

A especialista dá o exemplo do caso dos inventários – na Lei da Separação foi declarado que os bens que, tradicionalmente, estavam em poder da Igreja passavam para o poder do Estado.

“As mulheres saíram em defesa desses bens. Houve necessidade de fazer arrolamentos que deviam decorrer no prazo de 3 meses. Estas dificuldades surgiram no Norte de Portugal, mais nas zonas rurais porque nas zonas urbanas era mais fácil uma comissão de arroladores ir a uma igreja e passar despercebida” disse.

Sobre o esforço anti-clerical do regime, Maria Lúcia Brito e Moura frisa que “na última década antes do 5 de Outubro de 1910, os propagandistas republicanos “pregaram” ao povo que o país só avançaria e teria progresso – na linha de Augusto Comte – se o estado teológico fosse esquecido”.

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