Muçulmanos e cristãos juntos contra a exclusão da religião do espaço público

Muçulmanos e cristãos da Europa uniram-se contra a exclusão da religião do espaço público. A posição é assumida no comunicado final do encontro “Ser cidadão da Europa e pessoa de fé”, que decorreu na cidade belga de Malines, com organização do Comité para as Relações com os Muçulmanos na Europa das Conferências de Bispos Europeus (CCEE) e pelo Conselho das Igrejas Europeias (KEK). A Europa, afirma o comunicado, “está submetida a um processo de profunda transformação e está a emergir uma sociedade plural, inter-étnica, intercultural e inter-religiosa”. “Como cristãos e muçulmanos afirmamos que somos cidadãos «e» crentes, não cidadãos «ou» crentes. Estamos chamados a trabalhar lado a lado, de forma adequada, com os Estados aos quais pertencemos sem subordinar-nos a eles”, refere-se no documento. Nalguns Estados, lamentam os participantes no encontro, “detecta-se um processo que leva a relegar a religião cada vez mais para esfera privada”, chegando inclusive à marginalização do espaço público, à erradicação de qualquer tipo de manifestação pública da fé. Neste contexto, afirma-se a importância do princípio de integração, que “nunca deveria envolver a renúncia às nossas identidades religiosas, como mostrar símbolos religiosos em lugares públicos, ou anulando as festividades religiosas sob o pretexto de que poderiam ferir a sensibilidade de outros crentes”. Por outro lado, afirma-se a importância do direito à liberdade de consciência, de mudar ou abandonar a própria religião, de mostrar e defender em público as próprias convicções religiosas sem ser ridicularizado ou intimidado por preconceitos ou estereótipos. Em conclusão, o comunicado defende que “o diálogo inter-religioso tem de começar a ser o clima onde as crianças e jovens aceitam o outro e as suas diferenças”. Redacção/Zenit

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