Movimentos: Trabalhadores cristãos preocupados com «alta precarização das relações laborais»

Encontro elegeu Fátima Almeida Copresidente do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos

Ávila, Espanha, 22 jul 2017 (Ecclesia) – 42 Movimentos de Trabalhadores Cristãos de África, América, Ásia e Europa partilharam preocupações comuns de “desemprego, falta de emprego digno e alta precarização das relações laborais” que geram “dor, sofrimento, desespero, violência, emigração, guerra e morte”.

“O sistema económico vigente, que visa apenas o lucro, sustenta-se a partir de um modelo de relações laborais baseado no enfraquecimento dos direitos do trabalho e sindicais, da negociação coletiva e dos direitos sociais e no empobrecimento e desumanização dos trabalhadores, que atingem a vida de milhões de pessoas e famílias inteiras sem distinção de idade, género, raça ou lugar”, afirma os Movimentos de Trabalhadores Cristãos.

‘Terra, Teto e Trabalho para uma vida digna’ foi o tema do seminário internacional e assembleia geral entre 15 e 21 de julho, em Ávila, Espanha.

Estiveram presentes 120 delegados de 42 Movimentos de Trabalhadores Cristãos de África, América, Ásia e Europa.

Na declaração final enviada à Agência ECCLESIA, pelo coordenador português, José Paixão, os trabalhadores cristãos afirmam que puderam “partilhar a vida” e “experimentar a solidariedade e fraternidade” onde foram animados a “continuar a construir pontes entre o mundo da Igreja e o mundo do trabalho”.

Os trabalhadores cristãos assumem “a dor de toda a família trabalhadora mundial” e querem “ser e mostrar sinais de esperança” e promover processos de humanização, “com base no amor que Jesus Cristo manifestou com os pobres e os mais desfavorecidos”.

“Assumimos o nosso compromisso, o nosso trabalho e as nossas lutas com todos os trabalhadores do mundo, seja no âmbito local, regional e mundial”, realçam.

Neste sentido, respondem à “missão evangelizadora” do Movimento Mundial dos Trabalhadores Cristãos “com a fé que vem de Jesus Cristo” e da Doutrina Social da Igreja exigindo aos Estados “trabalho digno e soluções sociais humanizadoras para todos”.

A LOC/MTC de Portugal para além de José Paixão também esteve representada pela coordenada nacional Glória Fonseca, o assistente nacional, padre Manuel Simões, e pela antiga coordenadora nacional Fátima Almeida, da LOC/MTC da Arquidiocese de Braga.

Fátima Almeida também participou na condição de candidata a Copresidente do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos e foi eleita com os votos de todos os movimentos presentes para um mandato de quatro anos.

“Entusiasmo, fé e dedicação para esta missão difícil”, são os votos dos coordenadores e assistente, pela Equipa Executiva Nacional, que manifestaram o “total apoio” da LOC/MTC.

De recordar que o Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do encontro onde pediu que “a voz dos trabalhadores” continue “a ressoar no seio da Igreja”.

“Terra, casa e trabalho significa lutar para que cada pessoa viva de maneira conforme à sua dignidade e ninguém seja descartado”, assinalou o pontífice argentino numa alusão ao tema do encontro dos trabalhadores cristãos em Ávila, Espanha.

CB

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