Moçambique: Sacerdote alerta para «total desespero» à chegada de «mais de mil deslocados» a Pemba

Padre Kwiriwi Fonseca diz  que «povo clama por socorro» e o mais importante é salvar vidas

Foto: Lusa

Pemba, Moçambique, 30 mar 2021 (Ecclesia) – O padre Kwiriwi Fonseca, responsável pela comunicação da Diocese de Pemba em Moçambique, alertou para o “total desespero” das pessoas que conseguiram fugir aos ataques em Palma após a chegada de um barco com mais de mil deslocados.

“O povo clama por socorro. Não temos muitos detalhes, mas o mais importante é salvarmos vidas. Pedimos socorro para a alimentação dessa gente que está sofrendo depois dos ataques de Palma”, disse o sacerdote numa mensagem enviada à Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pelo secretariado português da AIS, o padre Kwiriwi Fonseca explica há “muita gente à deriva” e muitas pessoas estão “nas matas”, depois de fugirem dos ataques dos jihaditas.

“Muita gente precisa de alimentação; Vamos pedir a vossa mão, o vosso socorro”, acrescentou o responsável pela comunicação da Diocese de Pemba em Moçambique.

Na manhã deste domingo, “mais de mil pessoas chegaram de barco” ao porto de Pemba, depois de fugirem de Palma após um ataque terrorista à cidade no extremo norte da província de Cabo Delgado.

O padre Kwiriwi Fonseca adiantou que são “funcionários da companhia Total”, que estavam em Afungi, e revela que é muito difícil ter mais informações sobre a situação em Palma, porque as autoridades não permitem o acesso à cidade que foi atacada no dia 24 de março.

“Alguns, raríssimos, que foram para lá, não conseguiram aproximar-se porque a orientação do governo é para não tirar nem foto, nem fazer gravações”, explicou o sacerdote.

Na mensagem enviada à fundação pontifícia, o responsável pela comunicação da Diocese de Pemba, na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, pede ajuda para salvar vidas das populações deslocadas que estão a engrossar o número dos que fugiram dos ataques terroristas que começaram em outubro de 2017.

A AIS contextualiza que a região de Cabo Delgado tem sido palco de ataques por grupos armados que têm reivindicado ligação ao autoproclamado Estado Islâmico, e a Organização das Nações Unidas contabilizou mais de 670 mil deslocados e mais de dois mil mortos, no final de 2020.

A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre informa ainda que tem apoiado a Igreja local na ajuda às populações deslocadas, como uma primeira ajuda de emergência no valor de 160 mil euros, para além da ajuda à subsistência de sacerdotes e religiosas, financiado a formação de seminaristas e de religiosas, entre outros projetos relacionados com as necessidades mais prementes da vida da igreja em Moçambique.

CB/OC

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Agência ECCLESIA

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