Moçambique: Papa recebeu capulana, evocando missionária assassinada

Missionárias Combonianas pedem solidariedade para o país

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 13 set 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje uma capulana típica de Moçambique, oferecida pelas Missionárias Combonianas, que pediram orações pelo país “ferido pela violência”, onde foi assassinada a irmã Maria Coppi.

“Para apresentar ao Papa Francisco, a vida do povo moçambicano, que neste momento precisa de cuidados, ser protegido com a capulana da oração, da justiça, da proximidade, da solidariedade”, indica o portal ‘Vatican News’.

Esta oferta surge uma semana após o assassinato a tiro da irmã Maria De Coppi, missionária italiana de 83 anos, dia 7 de setembro à noite, num ataque terrorista em Chipene, norte de Moçambique.

“Que o seu testemunho dê força e coragem aos cristãos e a todo o povo moçambicano”, disse o Papa, este domingo, desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação do ângelus.

A irmã Maria De Coppi, missionária Comboniana, trabalhava em Moçambique desde 1963.

Na nota explicativa que acompanhou a ‘capulana’ oferecida a Francisco, lê-se que “pertence à mulher, mesmo a mais pobre, porque com este pano ela cuida da vida, do seu começo até ao fim”.

Este tecido típico é usado para embrulhar os recém-nascidos ou para segurá-los às costas da sua mãe, também adorna a cabeça das jovens que se casam e é oferecido às mães em agradecimento por terem criado suas filhas, na liturgia, por exemplo, as diferentes cores expressam a fé do povo e o mistério da vida de Jesus.

O sítio online de notícia do Vaticano informa que o Papa recebeu esta oferta das Missionárias Combonianas no voo que realizou hoje de manhã para o Cazaquistão, pelas mãos da jornalista Eva Fernández, da Radio Cope (emissora católica espanhola).

Para além da ‘capulana’, Francisco a jornalista deu também uma estola, um pano estampado com histórias, veste típica de Moçambique e de muitos povos africanos, especialmente da África subsaariana.

No Santuário de Fátima, D. José Ornelas também fez memória da religiosa italiana, na saudação final da peregrinação internacional aniversária de 13 de setembro.

“Mártir da missão, da solidariedade. Que o Senhor lhe dê a paz e ao povo que ela serviu”, disse o bispo de Leiria-Fátima.

CB/OC

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